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Persistência – a parte mais díficil

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Criar um novo blog numa tarde livre e escrever uma duzia de posts nos primeiros dois meses é simples, mas persistir é a parte mais díficil.

Admito, há inúmeras coisas, inúmeros projectos, dos quais já desisti, outros que guardei numa gaveta, e a que voltei mais tarde. E alguns outros que deixei, meio que ao abandono enquanto a vontade é menos, enquanto o tempo aperta, enquanto outros projectos se tornam mais importantes.

Mas o principal problema de permitirmos que uns projectos se tornem mais importantes do que outros que temos a decorrer é que se permitirmos isso, a partir desse momento há sempre outros projectos mais importantes, e que vão acabar por ficar sempre antes de retormarmos o projecto que deixamos à espera que o projecto importante inicial terminasse. E qual era mesmo o projecto inicial? Ao fim de algum tempo já nem nos conseguimos lembrar de qual foi o projecto que retirou a prioridade ao projecto que até estava a correr bem, e que por isso deixamos durante algum tempo em auto-gestão.

E, claro, esse projecto que era inicialmente um dos projectos a que dedicavamos mais atenção, que era o nosso pet project (projecto de estimação), vai arrefecendo, vai-se tornando menos importante, e vai sendo abandonado por todos os que estavam envolvidos com esse projecto, da mesma forma que nós o abandonamos, em grande parte sem nos apercebermos disso.

É o caso do Web a Sério. Quando olho hoje para as estatísticas do Web a sério vejo claramente que ele é uma tímida sombra do que foi em tempos. Nos tempos em que estava claramente envolvido na comunidade Web em Portugal.

Mas se o Web a Sério é hoje uma sombra do que era noutros tempos, não é muito díficil encontrar dominios que foram abandonados e que hoje têm apenas publicidade, colocada lá para aproveitar o tráfego que o dominio ainda tem, principalmente à conta de a grande maioria dos sites nunca rever os links que cria, e assim manter links para dominios que já não existem, que deixaram de ser o que eram.

Mas, por outro lado, os projectos que se continuam a manter activos ao longo do tempo vão crescendo e vão-se tornando mais relevantes na comunidade de que são constituintes, em parte também devido ao facto de serem as referências que existem ao longo do tempo.

E, na verdade, essa é a parte mais díficil, manter um site activo ao longo dos anos, continuar a acreditar que o crescimento moderado de um site acabará, eventualmente, por fazer diferença, e que o site deixará de ser apenas mais um pequenos site no meio de centenas (ou milheres de outros). Acreditar que por cada conteúdo que se escreve, por cada nova página que se adiciona se está a acrescentar algo que irá interessar a alguém.

Muitas vezes é mais fácil ir jantar com os amigos, dedicar mais umas horas ao projecto que está atrasado, e que vai continuar atrasado porque foi mal planeado do que retirar 30 minutos por dia para manter activo o site, o blog no qual começamos a ter uma comunidade.

Na Web, a persistência acaba por compensar, em parte porque a quantidade de projectos que nascem e morrem (ou são simplemente abandonados) é tão grande, que a grande maioria deles nem sequer chega a ganhar credibilidade.

Isto é especialmente verdade quando estamos a falar de temas muito especificos ou de temas sobre os quais toda a gente fala.


SQL – Where and Having

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Um destes dias, enquanto tentava perceber porque razão um dos meus servidores ficava subitamente tão lento (e que por muito pouco não foi formatado e reinstalado), percebi que existia uma query bastante lenta a ser executada.

Depois de mais alguma análise, percebi que essa query era do um software que estava a utilizar, e que o request era feito pelo Googlebot. Trata-se de um software opensource, que não vou identificar, até porque o site em que estava a utilizar esse software já foi entretanto migrado para a Mason Framework.

Mas, depois de uma breve vista de olhos à query em questão, foi fácil perceber qual o problema. Trata-se de uma query com um GROUP BY seguindo de um HAVING, e ainda um JOIN implicito (feito colocando as várias tabelas no FROM, sem a clausula JOIN). A titulo de exemplo, digamos que a query era qualquer coisa do tipo:


SELECT username FROM user, post, votes GROUP by user.id HAVING votes_user_id=user_id AND post_id=votes_post_id AND post_status='online' AND votes_date<post_publish_date

Vejamos quais são os problemas desta query…

  1. Primeiro temos o JOIN. O que acontece quando metemos várias tabelas no FROM de uma query, daquela maneira, é que o MySQL (ou qualquer outro motor de SQL que suporte esta sintaxe) agarra em todos de cada uma das tabelas e combina-os, criando uma tabela gigante, com uma linha por cada conjunto de registos de cada uma dessas tabelas.
  2. Depois temos o HAVING… repararam que as condições no HAVING são as condições do JOIN das tabelas? Mas, mais do que isso, repararam que vários do campos utilizados no Having não fazem parte do group by, nem da tabela pela qual o group é feito?

Vejamos o que acontece quando esta query é executada.

Join Cartesiano

Antes de mais, temos a questão das várias tabelas no FROM, sem o JOIN. Exemplifiquemos o que acontece:

Suponhamos que temos duas tabelas com um campo cada, tab1tab2:

tab1


tab1_c1
1
2
3

tab2


tab2_c1
a
b
c

Neste caso o resultset terá 9 linhas: 
tab1_c1, tab2_c1
1, 1
1, 2
1, 3
2, 1
2, 2
2, 3
3, 1
3, 2
3, 3

Inner JOIN

Inicialmente (querendo isto dizer há muito tempo atrás), a única forma de fazer JOINs em MySQL era esta, utilizando depois condições no WHERE para filtrar a listagem. MAs há já muito tempo que isto mudou. O MySQL permite utilizar a clausula JOIN para unir tabelas.

Imaginemos, no caso acima, que queremos apenas da segunda tabela os registos em que o campo tab2_c1 tem o mesmo valor que o campo tab1_c1 (da primeira tabela). Nesse caso, com um JOIN:


SELECT tab1_c1, tab2_c1 FROM tab1 JOIN tab2 ON tab1.tab1_c1=tab2.tab2_c1;

E deste SELECT resultam apenas 3 linhas:


tab1_c1, tab2_c1
1,1
2,2
3,3

A isto chamamos INNER JOIN.

GROUP by

Em SQL a clausula GROUP BY agarra num resultset (ou nos registos de uma tabela) e agrupa-os de acordo com o valor de um campo (ou de uma lista de campos), criando apenas um registo por cada grupo de linhas que tenham os campos indicados.

A grande questão com o GROUP by é o que acontece com os campos que não são utilizados no GROUP by.

Muitos motores de SQL (como o do Oracle) apenas permitem utilizar num group campos que estejam no group by e funções de grupo (como o SUM, MAX, MIN, etc). O MySQL assume que sabemos o que estamos a fazer e permite-nos utilizar qualquer campo das tabelas utilizadas na query.

O que acontece, no entanto, é que se um dos campos utilizados tiver mais do que um valor dentro do grupo, o valor que aparece no resultset é um qualquer dos vários possível.

Na verdade não é um qualquer, e conhecendo várias coisas acerca das tabelas envolvidas (como a Engine utilizada -InnoDB, MyISAM, etc), a ordem porque os registos estão no disco, e outras, uma pessoa que conheça bem o MySQL consegue prever qual o valor que vai aparecer para cada grupo, mas para o comum dos mortais o valor é práticamente imprevisivel.

Claro que se estamos a fazer um join de várias tabelas, em que um campo (único) de uma delas é o valor porque estamos a agrupar, todos os restantes campos dessa tabela são garantidos. Mas isso não acontece se o GROUP by utilizar um campo não único (que tenha valores repetidos), ou se os campos que estivermos a colocar no SELECT forem de outra tabela.

Imaginemos que nas nossas tabelas de exemplo, fazemos o seguinte: 
SELECT tab1_c1, tab2_c1 FROM tab1, tab2 GROUP by tab1_c1;

Deste query podem resultar vários resultados, sendo um dos possíveis (e dos mais prováveis se criarmos as tabelas de novos e inserirmos os valores por ordem, sem deletes ou updates):


tab1_c1, tab2_c1
1,1
2,1
3,1

Por aqui já conseguimos facilmente perceber que nos estamos a desviar do caminho que pretendiamos com o join que demonstramos antes.

HAVING

O SQL prevê duas clausulas distintas que permitem filtrar um dataset. A mais conhecida, obviamente, é o WHERE. A segunda é o HAVING.

A diferença entre o WHERE e o HAVING é o momento em que cada uma delas é executada, o momento em que as condições por elas definidas são aplicadas.

O WHERE é aplicado ao criar o result set, e o HAVING é aplicado sobre o result set final. Em MySQL o HAVING pode ser utilizado numa query sem GROUP by. A titulo de exemplo, assumindo que o campo tab1_c1 e o campo tab2_c1 são PRIMARY KEYs de cada uma das tabelas em questão, utilizar o WHERE para filtrar estas tabelas utiliza o indice, utilizar o HAVING não utiliza nenhum indice e, pior, é aplicado sobre o resultset final, filtrando registo a registo.

Mas quando se utiliza o GROUP by e um HAVING em campos que não são únicos no resultset antes de agrupado, o resultado é ainda mais… imprevisível.

Voltemos ao JOIN acima, e vamos fazer as clausulas no Having, depois de um group by:


SELECT tab1_c1, tab2_c1 GROUP by tab1_c1 HAVING tab1_c1=tab2_c1;

Se não tivessemos visto o resultado do GROUP by acima ou não soubessemos quando é que o HAVING , poderiamos achar que chegariamos ao resultado que pretendemos (o do JOIN, acima). Mas a verdade é o result set a que chegamos é: 
tab1_c1, tab2_c1
1,1

Ops, não era bem isto que queriamos. Para chegar ao resultset que queriamos, as condições têm, obviamente, que ser executadas antes do GROUP by… logo, têm de ser executados num WHERE, e não num HAVING.

Leitura e Execução

O SQL tem uma coisa fantástica… os comandos são executados pela ordem que se encontram na query (e, claro, não podem ser colocados na query pela ordem errada – um HAVING não pode aparecer antes de um WHERE).

Se retirarmos uma qualquer parte final da query, mantendo toda a query inalterada até essa remoção, se a query continuar válida, tudo o que faz até aí continua a ser feito. Claro que há situações em que o que aparece depois pode alterar a performance (positiva ou negativamente) do que está antes.

Por exemplo, um WHERE que utilize indices pode reduzir o tamanho do resultset e o tempo que a query demora a terminar. Isto é especialmente verdade com JOINs de várias tabelas, e quando mais no inicio do JOIN se encontrar a tabela filtrada, mais a rapidez do query melhora (por consequência da redução do resultset criado).

Nota final

O software em que encontrei a query que serve de inspiração a este post é razoavelmente utilizado, e tratava-se de uma versão de desenvolvimento. Obviamente o query não chegou à versão 1.0, que pode ser encontrada no site do software hoje.

Mas ainda assim achei que era um tema relevante.


Blog para publicidade ou blog para trabalho

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Manter um blog na sua área de actividade é uma boa forma de se promover, especialmente se trabalhar como freelancer. Mas será que deve promover os seus serviços num blog e ao mesmo tempo tentar rentabilizar esse blog com anúncios?

Esta questão torna-se ainda mais pertinente se os anúncios em questão forem colocados pelo Google Adsense ou por outro sistema similar.

Como podem ver facilmente aqui no Web a sério, uma grande parte dos anúncios que aparecem aqui no site são de empresas relacionadas com internet. Talvez porque não falo muito de design neste site, e os anúncios das empresas que fazem sites estão mais direccionados para keywords especificas dessa área da criação de sites, aqui não aparecem muito anúncios de criação de sites. Mas ainda assim aparece uma quota engraçada deles.

Se o site fosse mais específico desse tema, tenho a certeza que todos os anúncios prometeriam a criação de sites profissionais por 10 euros por ano.

E, na minha prespectiva, isso seria um problema se o meu negócio fosse a criação de sites, principalmente se eu não tivesse um sistema 100% automático que me permitisse criar um novo sites com alguma rapidez (a qualidade é irrelevante para um cliente que quer um site de 10 euros por ano), porque estaria a divulgar o meu negócio juntamente com um concorrente que, claramente, me venceria no factor preço.

É fácil prestar atenção ao detalhe de que se pode ganhar algum dinheiro com um blog. Especialmente se temos algum tempo disponível para o actualizar regularmente (dois ou três novos artigos por dia), e para o promover em sites sociais, em foruns e noutros blogs (com comentários construtivos, de preferência). É possível ganhar com apenas um blog, mesmo em português, algumas centenas de euros por mês. Com algum esforço mais do que isso. Em inglês facilmente se consegue chegar a valores mensais de quatro digitos.

Mas se é este o objectivo, então é melhor focar-se apenas no blog, e não perder tempo a tentar encontrar trabalhos de 100 ou 200 euros, nomeadamente sites para pequenas empresas, porque o tempo que vai perder a fazer esses sites pode ser igualmente rentável a promover o seu próprio blog.

Por outro lado, fazer pequenos sites pode não ser muito rentável no curto prazo, especialmente se quizer encontrar trabalhos e fazer um trabalho bem feito, pois a quantidade de pessoas a fazer esse tipo de trabalho é tão grande, e com capacidades, razões e aptidões tão dispares, que não existe forma de cobrar um valor razoável pelo seu trabalho.

Mas muitos sites têm manutênção nula (ou feita pelo cliente), e recebe mensalmente ou anualmente o pagamento dos hosting e da renovação do dominio. Ao fim de vários sites já começa ajudar ao orçamento.

Isso, claro, se não entrar de cabeça na onda dos preços baixos, e começar a vender sites a 10 euros por ano, com domínio incluido, e a fazê-los manualmente.

O seu problema, voltando ao ínicio, é que se tiver anúncios no seu próprio site, onde são anúnciados sites por 10 euros por ano, com domínio incluido, depois vai ser muito díficil para sí explicar aos seus potênciais clientes que os seus concorrentes não lhe fazem um site personalizado como você lhe vai fazer, que o domínio é na realidade um sub-domínio de um domínio do seu concorrente e não num domínio próprio do cliente, que você lhe oferece email no mesmo dominio onde está o site, e que o cliente não precisa de utilizar um email @sapo.pt ou @yahoo.com ou similar…

E, claro, se ainda assim achar que o seu blog, onde ocupa os tempos em que não está a trabalhar em sites para os seus clientes, deve ajudar a pagar as contas, pode sempre encontrar um bom conjunto de serviços complementares ao site, que tenham um sistema de afiliados, e promover os produtos deles. Procure produtos que os seus clientes precisem, mas que não concorram com a sua oferta. Se você faz sites, talvez Cartões de visita http://www.tqlkg.com/image-3115788-5802068sejam uma possibilidade.

Mas não anúncio produtos ou serviços demasiado próximos dos seus, especialmente aqueles em que pode ganhar dinheiro, como o hosting.


Uma questão de confiança

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Há já algum tempo que se me coloca uma questão acerca da confiança que tantas pessoas colocam em sites, mesmo em sites dos quais pouco ou nada conhecem. Hoje deixo-vos com alguns dos meus pensamentos acerca do tema.

Emails dos Amigos

Um dos mais comum testes de confiança é efectuado pelas redes sociais quando pedem as passwords dos webmails para ir lá obter a lista de contactos e adicioná-los automaticamente à rede, ou convidá-los a juntarem-se à sua rede.

Eu percebo o conforto que é enviar automaticamente convites às dezenas ou centenas de contactos que têm na vossa conta do hotmail, ou do gmail ou de qualquer outros dos webmails suportados.

Mas, acredito também que confie que os dados que está a fornecer à sua rede social nunca vão ser utilizados para nenhuma outra finalidade. Neste caso especifico, será de esperar que os dados referidos não são sequer guardados em base de dados ou registados em logs. Mas será que não são?

E que pode acontecer se por acaso decidirem utilizar os dados referidos para outros fins? Que é que poderiam fazer com esses dados?

Imagine que alguém com acesso a esses dados decide criar um programa para enviar SPAM personalizado. Quem melhor para lhe enviar um email a anunciar um qualquer produto do que uma pessoa com quem trabalha, que é seu amigo, ou que faz de qualquer outra forma parte das suas relações pessoais. E, claro, com o username e password da sua conta de webmail isso é simples de fazer.

Username de outros sites

Hoje existem diversos serviços que efectuam acções em consequência de eventos, como os que permitem manter as diversas contas nas redes sociais sincronizadas, ou as de microblogging. No dia em que um destes serviço caia em mãos menos confiáveis, todas as contas que lhe estejam associadas tornar-se-ão potenciais palcos de spam.

Mas nem é esse, sequer, o único risco. Imaginemos que um destes sites, um destes serviços tem um bug, que alguém descobre, e que permita obter uma listagem das contas que estão registadas nas suas bases de dados… Mais uma vez, estas contas estão em risco, apesar de as pessoas responsáveis pelo site em quem se confiou serem de confiança. São, no entanto, humanas, e o seu código é susceptível de ter falhas que permitam obter estes dados.

É extraordinariamente difícil escrever código completamente livre de erros, e mesmo quando se têm os maiores cuidados para garantir que estes são tão pouco quanto possível, utilizam-se inúmeros programas e bibliotecas que podem conter bugs. Apesar de ser cada vez mais simples criar um site, devido às inúmeras bibliotecas, frameworks e gestores de conteúdos que existem à disposição de cada utilizador, cada vez mais também, o enfase no desenvolvimento destas ferramentas é colocado nas novas funcionalidades e não na correcção de bugs e na segurança das funcionalidades existentes.

Isto faz com que a confiança que pode ter na segurança de um qualquer site que utiliza seja limitada. Mesmo quando confia nas pessoas que fizeram o site, quanto mais o site ganhar momentum, maior a probabilidade de alguém conseguir tirar partido do site para fins que os criadores do site e a maioria dos seus utilizadores não anteciparam.

Dados Online

São inúmeros os sites que permite manter dados relativamente privados, e até que implementam funcionalidades realmente privadas (como a facturação de profissionais liberais), e que oferecem muito poucas ou nenhumas garantias acerca da privacidade desses dados. Mas ainda assim têm muitos utilizadores, prontos, inclusivamente, a pagar para desfrutar desses serviços. Em muitos casos os serviços nem são legais (como no caso do software de facturação que não suporta IVA por linha, ou que não permite exportar dados no formato SAFT-PT,obrigatório para qualquer empresa portuguesa ou empresário em nome individual).

Eu sei, estes serviços online são muito funcionais, estão sempre disponíveis, e tudo o mais. Claro que eu gosto de ter este tipo de funcionalidades sempre disponíveis, mas também gosto de garantir que os dados da minha facturação apenas de mim são conhecidos. Não utilizo, neste momento, um sistema de facturação online, mas se utilizasse, seria um instalado nos meus servidores, não um disponível para quem quer que o pretenda utilizar.

A minha visão

Sim, eu sou um bocado paranóico, mas tenho a nítida sensação que a maioria dos utilizadores confia demasiado.

Mas é mais do que isso, eu sou um Programador Open Source mais do que um empreendedor Web. Eu poderia simplesmente criar sites e permitir que qualquer utilizador os utilizasse, por um preço determinado, de preferência. Mas o que eu faço é colocar o software que escrevo online para que qualquer pessoa o possa utilizar.

E isso deve-se ao facto de eu utilizar mais facilmente software que possa instalar em maquinas em que eu confie, do que sites nos quais eu não confio. Sim, eu tenho contas em muitos sites, utilizo muitos serviços online, como o GTalk, o Twitter, o Yahoo!Groups e muitos outros. Mas utilizo emails diferentes para todos os registos, tenho várias passwords, em muitos sites utilizo password geradas automaticamente. E aquilo que considero mais pessoal está em casa, num computador com um acesso limitado à internet.

E, claro, quando não encontro software open source que satisfaça as minhas necessidades de forma adequada, prefiro implementar a utilizar uma solução web partilhada.


Impressão – Permitir ou proíbir?

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Alguns blogs insistem em tentar proibir os seus leitores de imprimir os seus conteúdos. Outros têm templates especiais para impressão, em que a navegação do site e outros items não relevantes em papel são retirados.

Mas, que deve fazer, proíbir a impressão, ou torná-la mais simples?

Vantagens de proíbir

Do lado de quem torna a impressão mais difícil, de quem a proíbe, esta o interesse em proteger os seus conteúdos. Manter um blog é uma tarefa que implica tempo, e o conteúdo original é a mais morosa de todas as tarefas que um blog implica, talvez mais morosa mesmo que a promoção do blog, mesmo quando falamos de promoção em muito larga escala.

Escrever dois ou três artigos originais por dia não é simples.

E dificultar a impressão é apenas uma pequena parte das coisas que este grupo de criadores de conteúdos faz. Tentam dificultar a tarefa de ver o código fonte do site, de selecionar o texto, e muito mais. Tudo em nome da proteção dos seus direitos.

Eu percebo esta estratégia. Percebo, mas não concordo com ela.

Antes de mais, na maioria das vezes, quem imprime um artigo não pretende copiá-lo. Pretende lê-lo mais atentamente, offline.

Se o objectivo é copiar, é muito mais simples fazê-lo directamente do browser, com uma simples operação de copy&paste. Mesmo quando se utilizam técnicas (normalmente em javascript) para tornar mais difícil a copia do conteúdo, é ainda possível ultrapassar essas protecções, se não for de outra maneira, desactivando o javascript.

Vantagens de facilitar a impressão

A principal vantagem de facilitar a impressão é o controlo sobre a versão impressa.

Querendo ou não, vai sempre haver quem imprima os seus conteúdos, e se optar por dificultar a tarefa, não vai ter qualquer controlo sobre o que vai ser impresso, nem como.

Mas se optar por criar um template de impressão, vai poder definir o aspecto que os seus conteúdos vão ter quando forem imprimidos. Vai poder, principalmente, decidir que elementos da sua página vão ser impressos e quais vão desaparecer na versão impressa.

Recentemente tenho encontrado muitos blogs que mudaram a sua postura em relação a este tema. O problogger, por exemplo, permite agora imprimir os conteúdos, e estes são impressos sozinhos na página, sem navegações, sem comentários, sem mais nada. Acho que o Daren perde aqui uma excelente oportunidade de difundir um pouco mais o seu blog, e até, talvez, de o rentabilizar um pouco mais, mas isso são questões para outras núpcias.

O controlo sobre o resultado impresso permite, por seu lado, pensar numa forma de melhor promover a sua marca, mesmo offline. Se o template utilizado destacar claramente a sua marca, e em especial, se o seu URL estiver devidamente visível no inicio e no fim do conteúdo impresso, qualquer pessoa que veja essa impressão irá, provavelmente, aperceber-se do seu logotipo, da sua marca, e do url do seu site/blog.

E não vejo que o medo, que possa existir, de que os conteúdos sejam copiados por quem os imprimiu, ou por qualquer outra pessoa, não me parece um medo razoável, pois dá muito mais trabalho copiar texto a partir do papel do que de uma janela de browser.

Recomendação

Crie uma versão do seu CSS para impressão (media=”printer”), e aproveite para criar um design que fique agradável depois de impresso. Pense na impressão dos seus conteúdos como num artigo publicado numa revista.

Coloque o seu logotipo e o seu URL bem visiveis (não exagere, o equilibro estético é essencial) no inicio e no final do texto e não imprima coisas que não sejam relevantes para o seu leitor.

Faria apenas um excepção à sugestão anterior de não imprimir coisas irrelevantes… Se tiver anúnciantes que pretendam financiar esta versão impressa, que não dependam do URL para a sua promoção, aproveite. Mas, claro, venda este espaço numa base temporal (um determinado valor por um periodo de dias), ou por visualização (no caso, por impressão) – é díficil clicar num banner no papel….


Inspiração – o poder das listas

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As listas são a moda do momento entre os bloger. Elas são um sucesso quase garantido nos sites sociais, como o digg ou o domelhor. Mas podem ser também uma óptima fonte de inspiração para quem tenha vontade de escrever mais profundamente.

Se alguns bloger escrevem as listas como introdução ou resumo para séries de posts em que aprofundam cada um dos tópicos apresentados nessas listas, outros há em que as listas são a totalidade do conteúdo.

E não estou a falar de listas de items (como sejam listas com designs, ou listas de sites, ou listas de blogs recomendados), mas de listas do tipo “xx maneiras de xxxxxx”.

Estas listas, apresentam normalmente uma pequena introdução/apresentação de cada um dos itens apresentados, mas não explica esses tópicos em profundidade. Se alguns desse tópicos são realmente óbvios, mesmo para quem é completamente desconhecedor da área que está a ser tratada, outros há que nem mesmo para utilizadores mais experientes são óbvios.

Encontrar estas listas é simples. É muito raro o dia em que pelo menos uma não atinge os links populares do Digg ou do Delicious, ou de um dos muitos sites de social Bookmarking.

Como utilizar as listas

Há duas coisas que pode fazer depois de ter encontrado uma lista.

A primeira é escolher um dos pontos da lista que acha que está pouco explicado, e escrever um post sobre esse tópico.

A segunda é escrever uma série de artigos baseada nessa lista.

De qualquer das forma, a lista em que se inspirou é um bom ponto de partida para começar a divulgar os seus artigos. Vai ao blog onde encontrou a lista e escreva um pequeno comentário, informando o autor e os seus leitores de que escrever um post (ou uma série de posts) explicando com mais detalhes um ou mais pontos da lista.

Não copie a lista. Não escreva um post mais longo com toda a lista ou um post em que apenas apresenta a lista, ainda com menos informação do que a lista original, talvez com um item a mais ou a menos. Escreve artigos completos e detalhadas acerca de cada um dos tópicos que acha que podem ser expandidos.

Se decidir escrever uma série de artigos, escreva, no inicio ou no final da série, como preferir, um artigo em que explica em que se inspirou, em que deixa um link para a lista original, e depois deixa links para todos os seus artigos. Se escrever esta apresentação no inicio, não se esqueça de actualizar a lista sempre que escrever novos artigos relacionados.

E não pense que fechou a sua série de artigos quando escrever um artigo acerca de cada um dos tópicos da lista original. Mais tarde pode encontrar outra lista, ou posts noutro site, sobre o mesmo tema, e poderá sempre adicionar novos artigos à sua série.

Uma lista escreve-se e raramente se alterar, mas a uma série de artigos você pode sempre adicionar novos artigos, adicionando apenas no artigo de apresentação o link para o novo artigo. Normalmente nem irá alterar a data de publicação desse artigos, pelo que ele continuará enterrado no seu arquivo, mas o novo post sobre o tema poderá levar os seus leitores a reler muitos dos artigos da série.

Apenas não se esqueça de adicionar nos novos artigos que escrever para cada uma das suas séries de artigos um link para o artigo de apresentação, para informar os seus leitores que estes novos artigos estão relacionados com uma série que publicou anteriormente.

Quando encontra uma lista que acha que poderá expandir, guarde um link para ela ou, muito melhor que isso, crie logo rascunhos dos artigos que essa lista lhe inspira, e anote em cada um desses rascunhos os tópicos e/ou as ideias que tem para cada um desses artigos.

Tenha esse rascunhos à mão para quando lhe faltarem ideias, ou para quando estiver a escrever esses artigos.

Este artigo pertence à série de artigos sobre Inspiração.


Listas de Emails

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As listas de email, também conhecidas como mailling lists, são uma boa forma de relembrar aos seus utilizadores que o seu site existe, e que continua activo. São uma boa forma de manter contacto com os seus clientes. Mas são também uma das principais formas que as empresas têm de violar a lei e se sujeitarem a multas elevadas.

Legislação

Em Portugal o envio de mensagens de marketing é regulamentado pelo Decreto-Lei 7/2004, no seu capitulo IV.

A primeira coisa que esse capítulo do diploma define é o que não é publicidade, como sendo:

Artigo 20º

1 – Não constituem comunicação publicitária em rede:

a) Mensagens que se limitem a identificar ou permitir o acesso a um operador económico ou identifiquem objectivamente bens, serviços ou a imagem de um operador, em colectâneas ou listas, particularmente quando não tiverem implicações financeiras, embora se integrem em serviços da sociedade da informação;

b) Mensagens destinadas a promover ideias, princípios, iniciativas ou instituições.

De notar, antes de mais, que no mesmo número deste artigo são utilizados dois termos diferentes operador económicoinstituições, porque estes são coisas diferentes. Se está a tentar obter lucro, é definitivamente um operador económico, não uma instituição.

Gostaria de referir ainda que na alínea a) é referido explicitamente em colectâneas ou listas. Emails de pessoas não são listas nem colectâneas. São individuais. Logo, qualquer email (mesmo que destinado apenas a permitir o acesso a um operador económico, ou que identifique objectivamente bens, serviços ou a imagem de um operador económico) enviado para um email pessoal é considerado um email publicitário.

Este Decreto-Lei refere ainda que, qualquer email publicitário carece de consentimento prévio, com excepção dos enviados para empresas. E no caso especifico dos emails de empresas, deve existir uma forma electrónica de pedir a remoção da lista, e esse pedido deve ser respeitado.

Existem ainda outras regras. Nomeadamente:

  • Todos os emails publicitários devem estar devidamente identificados como tal.
  • Todas as ofertas promocionais e condicionalismos devem ser facilmente identificados.
  • O anunciante deve ser facilmente identificado.

Coimas

Para quem não se sente satisfeito, e acha que pode continuar a enviar emails publicitários não solicitados, fica ainda a informação de que o mesmo diploma, nos seus 37º e seguintes, define as coisas a aplicar a quem não cumpra os vários artigos do diploma… eas coimas vão de 2500 a 100 000 euros. Ainda que correr o risco de ser processado por envio de SPAM?

Tipos de listas

Ultrapassadas as questões legais… afundemo-nos nas questões técnicas.

Existem várias forma de classificar mailling lists, mas para a questão que nos interessa de momento apenas uma interessa. A forma como as pessoas entram e saem da lista. Assim, existem os seguintes tipos:

  • Formas de entrar
    • No-opt-in – Os emails entram para a lista porque o administrador da lista lá os coloca. As pessoas que vão receber os emails não tiveram nenhuma opinião acerca do tema.
    • Opt-in – Os donos dos emails pediram, de alguma forma, para serem adicionados à lista.
    • Double-opt-in – Os donos dos emails pediram e confirmaram o pedido para entrarem na lista.
  • Formas de sair
    • No-opt-out – Não existe forma de sair da lista, a não ser porque o administrador da lista concedeu a benesse de retirar o email. Normalmente, nas lista de SPAM o administrador da lista nunca é assim tão bondoso.
    • Opt-out – Os subscritores da lista têm uma forma de pedir para ser removidos, e são removidos em consequência desse pedido.
    • double-opt-out – Os subscritores da lista têm de pedir para sair da lista e de confirmar esse pedido, após o que são removidos da lista.

A grande maioria dos sistemas de gestão de listas de email utilizam a mesma forma para entrar e para sair das listas. Alguns deles permitem configurar a forma de entrada e de saída na lista.

Vantagens e Desvantagens

Entrada Manual – No-opt-in

Uma grande maioria das listas de email existentes são geridas manualmente. O administrador da lista envia emails para todos os seus contactos, ou para uma lista de emails à qual adicionada os emails que vai encontrando… Amigos, conhecidos, conhecidos de conhecidos, desconhecidos que utilizam os mesmo fóruns, emails recolhidos automaticamente na internet (com spiders especiais para isso, ou manualmente).

Este tipo de listas é tão utilizada por ser simples de criar. Acabam por ser ainda mais comuns porque mesmo listas que são geridas com ferramentas que têm mecanismos para gerir os seus subscritores, o administrador da lista quer que ela cresça mais depressa do que ela cresceria naturalmente, e por isso adiciona manualmente emails.

O grande problema deste tipo de listas é que os emails particulares que lá vão parar podem valer a partir de 2500 euros cada. Com uma majoração de 30% se os email forem enviados por uma empresa ou em nome de uma empresa.

Opt-in

Nas listas de emails do tipo Opt-in, os subscritores pedem para subscrever a lista e passam a constar na lista de subscritores. A grande vantagem deste tipo de lista é que são simples de subscrever. Basta enviar um email ou colocar o email num formulário online, e o email passa a estar subscrito.

A grande desvantagem é que torna simples subscrever emails de outras pessoas, o que permite que a lista seja utilizada para chatear utilizadores, e ainda por cima causar dano à sua imagem.

Outra desvantagem das listas opt-in é que os emails adicionados à lista não são validados, logo podem ser inválidos, o que significa que de cada vez que enviar um email para a lista irá receber emails de volta a dizer que os emails são inválidos (estes emails podem ser enviados para si ou para o programa que gere a lista, dependendo do software utilizado).

Double-opt-in

As listas double-opt-in obrigam os seus utilizadores, não apenas a tomarem a iniciativa de subscrever a lista, mas a confirmar essa iniciativa. Normalmente o pedido de subscrição das listas double-opt-in gera o envio de um email, que valida que o email é válido, e pede ao subscritor que valido o pedido de subscrição.

Estes emails normalmente contêm a informação de que basta responder ao email ou contém um link que basta abrir para que a subscrição seja confirmada.

A grande vantagem deste tipo de listas é que se consegue garantir que todos os utilizadores registados estão lá por própria iniciativa, e que confirmaram essa iniciativa, o que, por sua vez, garante que não foram subscritos por estranhos.

A grande desvantagem em relação às anteriores é que algumas das pessoas que fazem o pedido de subscrição inicial não confirma essa subscrição, ficando assim o pedido inválido, o que faz com que a lista cresça mais devagar.

Saída Manual – No-opt-out

A vantagem de um lista gerida manualmente é ser fácil de criar. Tirando isso não tem nenhuma vantagem. Especialmente se o que está a gerir é uma lista legitima. A grande desvantagem, obviamente, é que terá que ler os seus emails e remover as pessoas que pedem para ser removidas.

Opt-out

Nas listas opt-out, os pedidos dos utilizadores para sair da lista resultam na sua remoção automática da lista, sem qualquer confirmação.

A grande vantagem de listas deste tipo é que não tem na lista utilizadores que não querem lá estar. Se os utilizadores permanecem na lista é porque lá querem estar. E acima de tudo, não se coloca em risco de ser considerado SPAMMER.

A grande desvantagem é a facilidade com que se sai da lista. Quem gere uma lista, o que quer sempre é que os subscritores permaneçam na lista o máximo de tempo possível.

Double opt-out

As listas double opt-out exigem que os pedidos para sair da lista sejam confirmados, respondendo ao email de confirmação ou clicando num link.

A grande vantagem deste tipo de lista é que retém mais os seus subscritores. A grande desvantagem é que os subscritores podem ficar chateados devido à dificuldade em sair da lista.

Forma global

Bem, separei a forma de entrada na lista da forma de saida porque uma lista pode ter uma forma de entrada diferente da forma de saída. No final, uma lista designa-se pela conjugação da forma de entrada com a forma de saída. Uma lista pode ser opt-in/double opt-out, enquanto outra pode ser no-opt-in/no-opt-out.

Tipo a utilizar

Se você pode escolher qualquer destes tipos de lista para a sua lista, há um destes tipos que eu acho o mais indicado. E vou dizer-lhe não apenas qual, mas também porquê.

O tipo de mailling list que acho que deve utilizar é double opt-in/opt-out.

Porquê double opt-in?

A principal razão para escolher double opt-in é para evitar que alguém subscreva emails que não são seus. Com uma lista double opt-in a pessoa que subscreve a lista tem que conseguir ler as mensagens do email que está a adicionar à lista.

Pode estar a perguntar-se porque não gerir a lista manualmente, mas a principal razão para isso é o facto de o envio de emails para particulares sem a sua permissão prévia ser punível com coima de 2500 a 50 000 euros. Esse é um risco que, certamente, não pretende correr.

Porquê opt-out?

Bem, tendo em conta que a lista é double opt-in, double opt-out seria igualmente aceitável. Mas, na minha opinião, é preferível ter uma lista menor do que ter subscritores na lista contra-vontade. É uma boa forma de causar uma má imagem.

Claro que todas as semanas agarrar na lista das pessoas que saíram da lista nos últimos dias e enviar-lhes um email a agradecer por terem estado na lista e a perguntar porque saíram não me parece uma coisa muito má para fazer. Pelo contrário. Um email, uma vez apenas. E se não obtiver resposta, não insista.

Tipo a não utilizar

Definitivamente, se está a gerir uma lista para fins comerciais e/ou (semi-)profissionais, não vai querer uma lista manual.

Em primeiro lugar porque com uma lista manual não terá acesso a muitos dos emails que uma lista automática poderá conseguir.

Em segundo lugar porque é complicado gerir as saidas da lista. A reacção emocional obvia é a de adiar, esquecer ou ignorar os pedidos para sair da lista.

Em terceiro porque vai haver a tentação de adicionar à lista emails de pessoas que não lhe deram autorização para as adicionar à lista. Com uma lista gerida de forma automática essa tentação também pode existir, mas é mais controlável.

Conclusão

Uma lista de emails pode ser uma excelente forma de divulgar o seu site, os seus produtos ou os seus serviços.

Mas há alguns cuidados que deve ter, pois pretende reforçar a sua marca, manter os seus utilizadores, ou os seus clientes, e não afastá-los por os ter adicionado a uma lista de emails sem a sua autorização.

ProBlogger vs. Webtrepreneur

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Muito se escreve hoje sobre problogging, mas será que os “probloggers” de topo, aqueles que realmente ganham dinheiro sério na Web são Probloggers? Ou será que na realidade são empreendedores Web, para quem os blogs são um dos meios utilizados?

É realmente comum ver posts, tutoriais, manuais, livros e ebooks sobre como ganhar dinheiro com blogs, como ficar rico com o adsense, e muito mais. Mas se realmente formos dissecar um pouco mais os negócios de muitos dos mais bem pagos bloggers do mundo vamos descobrir que os blogs não são a sua única fonte de rendimentos, e muitas vezes nem sequer são a mais importante.

Um dos primeiros blogs sobre ProBlogging foi o ProBlogger, mas desde o ínicio, o blog era mais uma forma de promover o curso Six Figure Blogging. E o curso certamente ajudou a levar os rendimentos do Darren Rowse bem mais do que o blog ProBlogging. E claro, este não era o único blog do Darren.

Outros exemplo podem ser fácilmente encontrados. O blog SEOmoz é apenas uma forma de publicitar os serviços da empresa que responde pelo mesmo nome.

O mesmo cenário repete-se com a maioria dos bloggers que realmente fazem dinheiro com Web. Nalguns casos os blogs são um meio de divulgar um negócio mais tradicional, noutros casos uma forma de divulgar outros negócios baseados na web.

Mas inúmeros negócios baseados na Web são hoje noticia um pouco por todo o mundo por terem levado os empreendedores que estão na sua origem a níveis de riqueza impensáveis antes desses negócios.

Casos como o Facebook ou o MySpace são alguns dos muitos exemplos.

A grande vantagem deste tipo de negócios é que eles trabalham para si, enquanto um blog normalmente depende do seu autor para crescer e manter os seus níveis de rendimento.

Existem outro tipo de sites que podem ser bem mais rentáveis que um blog. Mesmo sites cujo interesse seja o conteúdo. Um fórum, por exemplo, depois de estabelecida uma comunidade mantém-se por tempo indeterminado com manutenção mínima por parte do seu criador, que é normalmente a única (ou das poucas pessoas) que realmente lucra com o fórum.

Uma loja online, apesar de necessitar de algum trabalho constante, como o envio das encomenda e a gestão dos stocks, pode muito mais facilmente ser delegada numa terceira pessoa do que um blog.

Qualquer tipo de site social, depois que começa a ganhar momento, depende muito menos do seu criador do que um blog. E pode ser muito mais rentável. em primeiro lugar porque tem muito mais razões para atrair visitantes do que um blog. Com um blog, mesmo um blog colectivo, ou se gosta do que o(s) autor(es) escrevem ou não. Mas com um site social, por exemplo, com um site de social bookmarking (como o Digg, o delicious ou o sites Favoritos), pode utilizar-se esse site apenas para próprio benefício (para guardar os próprios bookmarks, e tê-los disponíveis em qualquer lugar) ou para acompanhar a opinião da comunidade ou de um conjunto restrito de pessoas (amigos, conhecidos, colegas de trabalho, etc).

E com essa maior capacidade de atrair utilizadores, esse tipo de site tem uma maior capacidade de gerar receitas do que um simples blog.

Isso não significa que não seja possível viver bastante bem apenas de blogs. Com tempo, dedicação e sorte é possível criar blogs que gerem 4 digitos de receitas mensais, talvez até 5 digitos. Mas não penso que seja possível que esse blogs tenham um rendimento além dessa escala.

Não penso que venhamos a ter um blog que se aproxime da escala de negócios como oFacebook ou o MySpace, ou mesmo ao nível de um Sapo ou IOL, que representam volumes de facturação muito menores que os primeiros.

Ainda assim, um blog é uma forma melhor de começar do que não começar. Mas deve pensar noutras forma de tirar partido da web, de outras coisas que gostaria de ter online, e que hoje não consegue encontrar.

Um fórum sobre tunning de carros pode ser uma ideia tão boa como qualquer outra. Quanto menor for o esforço que tiver que despender regularmente na manutenção do seu site, mais livre fica para criar novos sites, novos negócios, ou para adicionar novas funcionalidades ao seu novo negócio, sendo cada vez mais um webtrepreneur e menos umblogger.

E se, por um lado, os blogger são aconselhados a procurar os próprios nichos, oswebtrepreneurs devem procurar segmentos de mercado, tão grandes quanto possível, que estejam muito mal servidos, que precisem de soluções inovadoras, e dar-lhes essas soluções.

se por um lado, para quem vive de publicidade, o conteúdo é rei, para quem vive de produtos ou serviços que presta, a satisfação do cliente é a corte completa.


Blogs (não são) a solução final

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Nos últimos anos tenho assistido de perto à evolução da Web, e nisso inclui-se, obviamente, a expansão dos blogs e a sua utilização para todos os fins imagináveis.

Começara por ser simples diários pessoais, mas rapidamente se tornaram noutras coisas. Primeiro foram os blogs temáticos, e depois começaram a aparecer as lojas, os sites das empresas, os directórios de links, e muitos, muitos, muitos outros. Os blogs são tratados por muitos como se fossem a solução final e universal para todos os fins.

Mas a verdade é que os blogs não são a solução adequada a todos os fins, e muitas das vantagens repetidamente referidas, até à exaustão, não são reais.

Diz-se frequentemente que os motores de pesquisa dão preferência aos blogs, mas na verdade apenas dão preferência a sites que partilhem uma das características do blogs… A actualização frequente. Qualquer site que seja frequentemente actualizado partilha esta vantagem dos blogs.

Os blogs têm hoje uma vantagem clara sobre qualquer outro tipo de site, a facilidade com que qualquer pessoa cria um blog. Existem milhares de softwares disponíveis, centenas de sites que permitem a sua criação de forma simples, rápida e gratuita e provavelmente milhões de templates que podem ser encontrados em milhares de sites e utilizados se qualquer conhecimentos de programação ou design.

No entanto, quando criar um blog no Blogger.com, no blogs.sapo.pt ou em qualquer outro sistema de blogs gratuito há várias coisas em que perde valor:

  • Branding – quando o URL do seu site é um .blogs.sapo.pt ou .bloger.com ou qualquer outro desse tipo, os seus potenciais clientes terão duas marcas para lembrar se quiserem memorizar o seu site. E com isso perde o foco dos seus potenciais clientes ou utilizadores, que deveria estar centrada apenas na sua marca e agora estão a pensar também na marca do seu fornecedor de conteúdos. Mas o pior é que, como a marca do seu parceiro é muito mais conhecida do que a sua… Adivinhe quem fica a perder na competição da mente dos seus contactos, que tanto trabalho lhe deram a levar até ao seu site. Pergunte-se: Qual é o site da Coca-Cola? Provavelmente está certo, a menos que tenha dito cocacola.blogs.sapo.pt.
  • Controlo – Ao utilizar um serviço padronizado para criar um blog, não tem muito controlo sobre como o seu site é apresentado aos seus leitores. Por se tratar de um blog, o sistema foi criado para apresentar os posts do mais recente para o mais antigo. Em muitos casos pode alterar ligeiramente os templates do site, mas nos principais sites que hospedam blogs gratuitamente, este comportamento básico não pode ser alterado. E isto faz com que a principal área de foco dos seus utilizadores não pode ser controlada por si.
  • Navegação – Devido á forma como o site é gerido é mais difícil controlar o que os seus utilizadores vêm. Ainda que seja possível num post de um blog colocar links para outros posts (ou outras páginas) do blog, a maioria dos templates que encontra não foram pensados para uma navegação orientada desta forma e têm demasiados links por onde os seus potenciais clientes podem dispersar. Pior do que isso, só mesmo se se registar naquelas redes de troca de banners ou de links, e o seu template estiver cheio e links para outros sites, porque aí, além de não conseguir levar o seu potencial cliente para a sua página de vendas, ainda lhe dá formas de fugir do seu site para outros sites. Quem sabe até de concorrentes seus (se eles fizerem um trabalho tão mau como o seu e também utilizarem este tipo de redes).
  • Funcionalidades – Um blog é um blog. Quando se utiliza um site de blogs para criar um site comercial ganham-se algumas funcionalidades, mas há outras que se tornam de difíceis de implementar ou de conseguir. Suponhamos que decide criar um blog para divulgar os seus artefactos feitos nos tempos livres. Tem um CMS, podemos assumir que o considere um bom CMS, mas fica-lhe a faltar um catálogo real, com listagens por categoria, um cesto de compras ou pagamentos online. Uma frase a dizer para enviar os pedidos por email pode até funcionar, mas não é tão simples de utilizar nem tão eficiente.

Os blogs baixaram bastante os conhecimentos e o investimento para começar um negócio online, mas isso não quer dizer que esse negócio tenha um grande retorno. Os blogs são uma optima ferramenta se o que pretende é criar um site de noticias ou informação temática actual, em que os conteúdos mais relevantes estão sempre entre os mais recentes. Mas se o seu modelo de negócio encaixa melhor num modelo de dados de alguma forma hierárquico, então talvez haja melhores ferramentas do que um simples blog.


Blogs – a ferramenta e a obra

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Tudo o que nasce morre, mas muitas vezes, antes de morrer, é inúmeras vezes declarado defunto.

Como já vi inúmeras vezes, com os blogs é muito parecido. Já foram declarados mortos vezes sem conta… mas de que falam aqueles que passam tais atentados?

O Weblog

Antes de ser aquilo que é hoje, o blog era o Weblog, um registo (log) das actividades ou pensamentos de quem o escrevia. Como que um diário online, publico, que todos podiam ler.

Os primeiros eram bastante artesanais, como toda a web naqueles dias, mas aos poucos foram aparecendo ferramentas e sites que permitiam tornar a gestão de tais diários mais simples.

A principal razão porque hoje existem tantas ferramentas e tantos sites que permitem criar blogs de forma simples e rápida é o seu limitado leque de funcionalidades. Um blog é um registo de textos, ordenados por ordem anti-cronológica (não é por ordem cronológica, pois o primeiro a aparecer é o mais recente).

Dependendo das implementações, categorias ou tags foram adicionadas a esta funcionamento básico, nalguns casos arquivos. Mas tudo isto são apenas formas de apresentar esta informação. A gestão dos blogs é normalmente feita em apenas duas ou três páginas, e depois, dependendo da complexidade das funcionalidade adicionais, podem existir várias outras para gerir os aspectos secundários do blog, como os templates, os widget ou plugins adicionais, etc.

blogging e problogging

Como sempre aconteceu, os diários têm as mais diversas utilizações. Um caderno em branco é um caderno em branco, e nele cada um escreve o que quer. No tempo dos diários em papel, umas pessoas escreviam as suas aventuras e desventuras, outras escreviam os dados que consideravam importantes, outras ainda faziam complexos cadernos de apontamentos dedicados a um único tema.

Hoje isso continua a acontecer. Com a diferença de que os cadernos em branco dos novos tempos são mais simples de disponibilizar a qualquer pessoa que neles tenha interesse. Um blog como o Web a Sério ou o ProBlogger podem ser lidos de qualquer parte do planeta. O mesmo se passa com os diários mais pessoais.

A grande diferença começa quando se analisa as comunidades que se criam à volta de cada um destes tipos de blogs. Blogs mais focados num único tema tendem a criar à sua volta uma comunidade de pessoas que têm interesse nessa área especifica, e isso faz desses blogs uma excelente plataforma para divulgar produtos e serviços destinados a esse tipo de pessoas, e isso, por sua vez, faz com que seja possível rentabilizar este tipo de blogs.

Mas também isto não é novidade dos mundo online. Afinal de contas, o que são os livros escolares, se não uma evolução de cadernos de apontamentos? Somos todos demasiado jovens para nos recordarmos das sebentas da faculdade? Ou somos já demasiado velhos e esquecemo-nos delas?

Durante muito tempo o conhecimento era transmitido de mestres para os seus discípulos em parte verbalmente, em parte permitindo-lhes copiar partes dos seus próprios diários e cadernos de apontamentos.

Com o aparecimento da imprensa, os livros tornaram-se numa versão industrial dessas mesmas sebentas, desses diários e cadernos de apontamentos. Com o tempo a industria dos livros cresceu de forma a tornar um livro num produto fechado, no qual já não reconhecemos a sua origem interior, a primeira razão porque os primeiros cadernos de apontamentos foram criados.

A morte anunciada

A morte anunciada é um mito recorrente na nossa cultura. Refere-se constantemente a morte de inúmeras coisas, mas essas são as coisas que normalmente demoram mais tempo a morrer. Há vinte anos, o papel era considerado um produto com os dias contados. Tinha-se percebido que os computadores iriam invadir o dia a dia de cada um de nós, e em consequência disso o papel deixaria de ser necessário, porque toda a informação estaria disponível num monitor próximo de nós.

A Internet, a Web 1.0, o Petróleo, e até os weblogs (aqueles que deram origem ao termo blog) foram considerados extintos. No entanto, todos eles continuam por aí.

Mas os blogs, aqueles que são apenas registos de pensamentos soltos que passam pela cabeça dos seus autores, esses podem até mudar de forma, os temas podem variar, podem voltar a ser transferidos, da web para uma qualquer outra plataforma que entretanto surja, mas sempre existirão. Afinal de contas, enquanto houver pessoas que queiram partilhar os seus pensamentos (mais ou menos) íntimos com os outros, os diários continuaram a existir.

A ferramenta

E em relação aos software hoje existentes para criar blogs, e que são utilizados para inúmeros fins. A que se deve o seu sucesso?

Um software para gerir um blog, é uma ferramenta mais ou menos simples de implementar (dependendo das funcionalidades não essenciais, claro). No fundo, para gerir um blog, é necessária uma página que permita adicionar novos conteúdos, uma para listar os existentes e outra para editar um conteúdo pré-existente. Muitas vezes a primeira e a terceira são a mesma.

Depois são necessárias as páginas necessárias para mostrar esses conteudos, como sejam as listagens ou página do conteúdo.

Mas, no final, trata-se de um software razoavelmente simples. Num blog simples não se espera que seja possível alterar o comportamento das listagens, nem que as listagens tenham comportamentos diferentes consoante os utilizadores ou outros factores.

Na maioria dos casos espera-se que as ferramentas permitam alterar o aspecto global do blog, mas não se espera que seja possível qualquer utilizador ter a capacidade para fazer essa alteração. Muitas das plataformas de blogs implicam conhecimentos técnicos que colocam a fasquia acima da médias dos utilizadores dessa mesma plataforma, e por isso disponibilizam um conjunto diverso de themes (ou templates) que qualquer utilizador consegue facilmente escolher, e com isso dão alguma capacidade de escolha aos seus utilizadores sem implicar desenvolvimentos demasiado complexos na ferramenta.

O Sucesso

Na minha prespectiva, as principais razões do sucesso que os blogs tiveram ao longo dos últimos anos, e irão continuar a ter, pelo menos por enquanto são duas, a simplicidade de implementar um software de blog simples e a baixa complexidade de entrada.

Simplicidade de implementação

Implementar as funcionalidades básicas de um blog é uma tarefa que qualquer programador web consegue levar a bom termo, mesmo sem muita experiência, e em relativamente pouco tempo. Claro que á medida que mais funcionalidades são adicionadas, mais tempo vai sendo dispendido.

Mas as funcionalidades básicas eram simples de implementar.

Com o tempo inúmeras ferramentas foram surgindo, e foram sendo adoptadas por cada vez mais sites que permitem aos seus utilizadores criar os próprios blogs, bem como pelos bloggers que têm maiores conhecimentos e decidiram ser eles próprios a gerir os seus blogs, e ter com isso algumas vantagens sobre os outros.

Facilidade de adopção

Com apenas alguns cliques e a introdução de apenas meia duzia de informações (ou menos) é possível criar um novo blog, e começar a introduzir os primeiros conteúdos é igualmente simples. Escolher a imagem que está mais próxima do aspecto desejado para o nosso blog também não é complexo.

E em apenas alguns minutos qualquer utilizador pode criar o próprio blog. Acaba por ser mais simples e rápido do que ir à mercearia do bairro comprar um caderno em branco. E esta simplicidade é o grande segredo da adopção dos blogs como ferramenta de comunição de massas dos nossos tempos.

E, à medida que os utilizadores se vão tornando mais experientes, novas funcionalidades vão sendo adicionadas aos softwares de gestão de blogs, sempre mantendo a facilidade de utilização inicial, mantendo a curva de entrada baixa.

Blog – a solução final?

Mas são os blogs a solução final para a web? Penso que não são a solução final, e que nunca irá existir uma solução final. Mas são um dos muitos caminhos para uma plataforma web eficaz e eficiente.

À medida que a web e a informática em geral se tornam acessíveis e indispensáveis e cada vez mais pessoas, as ferramentas deverão ser cada vez mais simples de utilizar,e livres de erros.

A cada dia que passa aparecem mais ferramentas que resolvem pequenos problemas de forma simples e eficiente, sem tentar, mais uma vez, implementar todas as funcionalidades necessárias para criar um site muito complexo.

Penso que o futuro passará mais por pequenas ferramentas, simples de integrar, do que pelos gigantescos gestores de conteúdos que geriam a web há apenas alguns anos.