Monthly Archives: July 2006

Escrever conteúdos para web

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Quando se fala em conteúdos para Web lembra-se normalmente que estes devem ser curtos e scanáveis, que deve ser simples encontrar as ideias principais.

Mas deve ser sempre assim?

Em relação ao scanáveiscom um olhar rápido encontrar as ideias principais do texto, penso que qualquer pessoa concorda. E em relação ao tamanho? E como tornar um texto scanável?

Textos curtos

Quando se escrevem textos para consumo imediato, como sejam noticias (especialmente boatos)reviews de productos que daqui a uns meses já passaram de moda e ninguém mais lê, textos sobre temas em que não há muito a dizer, ou em que os leitores não estão interessados em aprofundar muito o tema, dois ou três parágrafos são mais do que suficiente.

Quando se está a indicar um artigo escrito por outra fonte, mais do que uma breve introdução ao artigo referido é repetir o artigo, e por vezes retirar o interesse do artigo original.

Quando se discorda ou se tem algo a acrescentar é natural que se faça, mas se apenas se repete a informação existente na nossa fonte, uma pequena introdução é o suficiente.

Para apresentar um pequeno truque ou uma pequena solução, uma breve descrição do problema e da solução basta, sem mais considerações filosóficas sem interesse de maior.

Textos mais longos

Mas há situações em que fica mal não se alongar.

Referência

Quando não existe nenhuma referência aceitável acerca de um assunto e escreve sobre ele, se tem os conhecimentos e o tempo para fazer um artigo mais longo, que possa ser utilizado como referência não o fazer é ao mesmo tempo perder uma oportunidade de ser promovido (todas as boas referências acabam por ser promovidas por terceiros), e de criar um referência que poderá acabar por lhe ser util até a si no futuro.

Um breve resumo raramente se torna uma referência, ainda que tenha a sua utilidade, e possa ter tanta popularidade quanto um artigo mais profundo sobre o tema.

Um texto de referência que vale sempre a pena indicar, em especial neste site é o texto Google Pagerank Algorithm and How It Works. Trata-se de um texto com várias páginas, que explica com algum detalhe e muito exemplos como o pagerank do google funciona.

Manuais

Um manual deve conter toda a informação necessária á compreensão de um tema. Essa informação deve ser devidamente segmentada, dividida em capítulos, secções e subsecções conforma adequado, e dividido até por diversas páginas se for caso disso, mas não deve furtar-se a explicar de forma aprofundada o tema que se propõe exclarecer.

Uma listagem de comandos raramente pode ser considerada um manual, e em consequência disso um manual (especialmente um bom manual) acaba sempre por ser logo.

Agregados de informação

Por agregados de informação entenda-se artigos estatísticos, dados históricos ou curriculares ou outras listagens de informação relacionada.

Pela sua própria natureza este tipo de artigos cresce naturalmente. É esse mesmo crescimento que lhe dá relevância e importância.

Algum exemplos de agragados de informação seriam listagens de nomes de jogadores de um clube, evolução dos microprocessadores, um curriculum pessoal ou os livros escritos por um autor, os filmes de um actor e muitas outras.

Artigos de opinião

Os artigos de opinião são dificeis de enquadrar. Que dimensão deve ter um artigo de opinião na internet?

Ao contrário do que acontece nas revistas e jornais, em que o mesmo cronista escreve sobre vários temas numa única coluna, no mesmo artigo, dividindo os temas como se subtitulos do artigo principal se tratassem, em Web isso é desaconcelhável. O mesmo colonista poderá escrever vários artigos, ou escrever com mais frequência, por forma a que cada artigo fale de apenas um texto.

Dessa forma, os visitantes do site concentram-se mais no tema em foco em cada um desses artigos.

Mas, e em relação à dimensão? Penso que um artigo de opinião deve ter a dimensão necessária para expor de forma inequivoca a opinião apresentada, mas também, pelo menos de forma breve, em que é que o autor baseou a sua opinião.

Correcção

Ao escrever para Web tente fazê-lo da forma mais correcta possível. Sempre que possível utilize um corrector ortográfico, e releia sempre o que escreve antes de publicar.

Prepare-se ainda para corrigir aquele erro que lhe escapou, e que será a primeira coisa que alguém irá reparar assim que publicar o artigo.

Nunca, a menos que esteja a escrever para um publico muito especifico, utilize calão, abreviaturas que não sejam óbvias para o seu publico alvo ou que não explique, e acima de tudo não assuma que todos os seus leitores têm as mesmas bases que você. Se tivessem não estaria a ler os seus conteúdos.

Conclusão

Penso que não há uma regra que se aplique sempre quando se trata de escrever para web.

A melhor regra, penso, é a consistência. A forma como escreve e o tema sobre que escreve são na maioria das vezes o factor que trás os seus leitores de volta.

Começar a escrever textos longos num site onde normalmente apenas coloca links para outros sites, ou começar apenas a colocar links num site onde normalmente escreve de forma mais profunda podem não ser as melhores formas de manter os seus leitores habituais.

Da mesma forma, começar a escrever sobre sexo no site onde normalmente escreve sobre computadores ou sobre computadores no site onde normalmente escreve sobre futebol pode não ser o mais indicado.

Crie o seu próprio estilo, e seja conhecido e procurado por ele.


SEO – Long tail e as Cervejas

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Em SEO (Optimização para motores de pesquisa) existe um conceito que é conhecido como Long Tail (literalmente Cauda Longa), que refer as palavras relacionadas com um determinado tema, mas que são menos pesquisadas (individualmente).

Na prática, o conceito baseia-se no facto de muitas vezes ser mais facil optimizar um site para ficar bem posicionado num conjunto grande de palavras menos procuradas de uma determinada área do que optimizá-lo para as principais palavras da área, que são mais pesquisadas, mas também muito mais concorridas.

Com isto consegue-se atrair um conjunto elevado de utilizadores ao site, sem o esforço que lutar pelas principais palavras da área implica, conseguindo-se por vezes resultados idênticos com um esforço global por vezes menor.

Mas, perguntam-me vocês, e as cervejas, onde entram as cervejas e como se relacionam?

Talvez tenham reparado na proliferação de Cervejas que têm inundado o mercado Português nos ultimos tempos. Considerando apenas as duas principais marcas de cervejas portuguesas (e mesmo desconsiderando as restantes marcas das duas principais cervejeiras), temos 13 (ou 14) variantes de Cerveja. Vejamos:

  • Sagres:
    • Sagres
    • Sagres Preta
    • Sagres Bohemia (e não Boémia)
      • Sagres Bohemia 1835 (e não Boémia 1835)
    • Sagres Chopp
    • Sagres Selecção
    • Sagres Zer0
  • Super Bock (não é Super Book)
    • Super Bock
    • Super Bock Green
    • Super Bock Stout
    • Super Bock Twin
    • Super Bock Cool
    • Super Bock Abadia
    • Super Bock Tango

E então, é este também um fenómeno de “Cauda Longa”, uma tentativa de fazer crescer o mercado tentando encontrar consumidores não tradicionais de Cerveja?


Faça coisas diferentes

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Se a sua rotina diária se perlonga por semanas sem qualquer alteração apenas terá os estimulos habituais.

Fazer coisas diferentes pode significar coisas tão simples como ir tomar café a outro local, ou percorrer a rua ao lado no caminho para casa, ou ler um livro diferentes.

Claro que estes são apenas alguns exemplos, e todos eles podem ser levados tão ao extremo quanto o queira. Tirar umas férias e ir tomar café a Paris não deixa de ser descritível como “ir tomar café a outro lado”, mas será por certo mais inspirador que tomar café do outro lado da mesma rua.

Quando se repetem os mesmos actividades dia após dia apenas os mesmos estímulos são enviados ao nosso cérebro, e o mesmo tipo de ideia daí resulta. Mas quando se alteram esses estímulos, novas ideias surgem, por vezes para problemas antigos.

Experimente com coisas simples, como almoçar num local diferente ou ler um livro relacionado com uma área de actividade que não a sua.


PpW – XSS por parâmetro

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Já aqui falei nos perigos do XSS e dos parâmetros não verificados, mas não contemplei uma possibilidade que não pode ser desprezada. A de utilizar directamente os parâmetros.

Existem sites que utilizam parâmetros que são passados nos URLs para preencher partes do site, como sejam titulos ou navegações.

Um exemplo (em PHP, mas poderia ser qualquer outra):

<h1><?php echo $_GET['titulo']; ?>

Este código pode não parecer perigoso, mas na realidade abre uma falha grave, especialmente se neste mesmo site forem utilizados cookies ou outra forma de autenticação.

Trata-se de uma situação menos perigosa do que quando os conteúdos inseridos são depois mostrados no site para todos os utilizadores.

Neste caso é necessário abrir um url que tenha o código perigoso incluído. Isso, no entanto, é mais simples de se conseguir do que possa pensar, dependendo da quantidade de utilizadores que têm acesso à parte reservada, o envio por email ou a divulgação em forúns podem conseguir isso, e depois aplicam-se todas as considerações que se fazem em relação ao XSS.

Como prevenir

Tal como se descreveu no post já referido sobre XSS, nunca utilizar directamente nenhum parâmetro que seja passado pelos utilizadores sem, pelo menos, transformar os caracteres < em &lt; e > em &gt;.

Claro que o seu site é feito para os seus utilizadores, mas o facto de 999 em cada mil serem de confiança e não pretenderem utilizar indevidamente o seu site, isso não significa que deva facilitar o trabalho ao milésimo, da mesma forma que não deixaria a porta de sua casa aberta apenas porque conhece todos os seus vizinhos.


A inspiração aproveita-se

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Ocasionalmente todos temos um bloqueio, um daqueles momentos em que nada parece inspirarnos, em que nenhum dos nossos truques habituais parece resultar.

É para ultrapassar esses momentos que hoje começo uma nova série de artigos sobre a inspiração, sobre formas de a procurar, e pequenos truques para a proveitar quando ela nos brinda com a sua presença.

Esta é uma série de artigos muito diversos uns dos outros em natureza, em fonte de inspiração, em dimensão e vários outros aspectos, mas intimamente relacionados por um elemento bastante volátil e imaterial, a inspiração.

Artigos neste Série

Pequenas Notas

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Nem sempre a inspiração do momento escreve um bom post. Por vezes é preciso ir recolhendo e organizando ideias, deixá-las amadurecer antes de darem fruto.

Por vezes encontra-se uma boa ideia, mas que por si só não é o suficiente para levar um post, ou um projecto, em frente. Essa ideia parcial, por isso mesmo, deve ser anotada num local onde não seja esquecida.

O anotar as ideias soltas, para depois organizar tem uma dupla consequência.

Por um lado não iremos esquecê-la, pois está anotada onde a iremos encontrar quando ela nos for necessária.

Por outro lado, retiramos esse pensamento da mente consciênte, libertândo-a para pensar noutras coisas.

Não interessa quão obvia e inesquécivel é uma ideia, anotá-la garante que ele não será esquecida, e memorizá-la que vamos lebrar-nos dela sempre, e apenas, que não possamos fazer nada com ela. A mente é assim mesmo.


O caderno do Momento

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Nunca se sabe onde, como, ou quando aquela idéia original que há tanto tempo procuramos poderá surgir. E é preciso estar preparado para conseguir aproveitar esse momento de inspiração.

Seja qual for a sua razão ou o seu fim, há por certo uma área da sua vida em que poderá tirar partido de uma boa ideia.

Se, acima disso, ainda tem razões para necessitar de inspiração, o caderno do momentoé algo que não pode dispensar.

Eu chamo-lhe caderno do momento porque é o que tenho à mão no momento em que me passa pela cabeça uma qualquer ideia, no momento em que a inspiração decide aparecer.

Algumas pessoas poderão sugerir formatos, cores, ou quaisquer outras caracteristicas para o seu bloco de apontamentos, mas a verdade é que basta que se sinta confortável a pegar nele em qualquer momento e escrever nele.

E claro, se é adepto da tecnologia, um PDA é uma optima opção.

Eu trago um bloco A5 encadernado a pele (sintética) na mochila, e uma bem mais pequeno no bolso, para quando a mochila não está por perto.

E vocês, como se previnem para o momento?

O Preço Certo

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Andrew Garrett, escreveu um post sobre o Preço certo para os nossos serviços, a que chamou Is the Price right?.

Trata-se de um tema muito importante, especialmente quando se trabalha como independente, ou se é responsável pela definição dos preços numa pequena empresa.

É que se por um lado, como diz o Andrew, gostamos de ser desafiados, não é nada agradável quando o desafio é pagar as contas, e não é esse o tipo de desafios que pretendemos enfrentar.

Aconselha o Andrew a apontar os preços para o topo do mercado, desde que se possa cobrar esse valor.

No fundo, penso que o ideal é cobrar suficientemente elevado para poder trabalhar no máximo 75% do tempo que se está disposto a dispender com a actividade que se exerce, pois de outra forma vai começar-se a desgostar do que se faz, e a produtividade e baixar.

Leiam o Post do Andrew.

Fontes de Conteúdos

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Diferentes tipos de sites dependem de diferentes fontes para os seus conteúdos, e perceber quais são essas fontes é por vezes mais importante para o sucesso de um site do que conhecer os conteúdos propriamente.

Hoje existem diversos tipos de sites, e falar de todas as situações seria quase impensável, e por certo tarefa para um site por si só. Assim limitar-me-ei aos principais grupos actualmente utilizados.

Motores de pesquisa

Entre os sites que actualmente têm mais tráfego temos os motores de pesquisa. São talvez o mais importante grupo de sites na internet actualmente, e possivelmente nunca deixarão de o ser, ainda que ao longo do tempo o seu acesso se possa tornar mais transparente, baseado talvez em interfaces que os escondam e potenciem os seus resultados. No entanto sempre será necessário procurar e encontrar a informação de que necessitamos.

Os motores de pesquisa não necessitam de conteúdos próprios, mas os seus conteúdos são, talvez por isso mesmo, os mais dificeis de conseguir, de processar e depois disponibilizar aos utilizadores. Trata-se de recolher e indexar tanto quanto possível da Internet.

Sites Noticiosos

Um grupo de sites cuja importância é já hoje grande e será cada vez maior á medida que o acesso à internet se for tornando possível com dispositivos cada vez mais móveis são os sites informativos, genéricos ou especificos.

Não é incomum hoje ver pessoas a ler jornais nos meios de transporte, e essa leitura poderá generalizar-se ainda mais à medida que dispositivos adequados se forem generalizando, e que os jornais criem sistemas de acesso online à informação, gratuitamente ou através do pagamento de uma quantia, por noticia, por edição ou mesmo assinaturas digitais.

A fonte de conteúdos deste tipo de sites, é obviamente, a realidade (mais ou menos real, depende dos sites, como depende hoje nos jornais), agencias noticiosas, outros meios noticiosos, e agente locais ou internos são algumas das vias de acesso a essa mesma realidade.

Sites informativos

Os sites informativos (não noticiosos) são normalmente compostos por informações relativas a uma área do conhecimento especifico. As suas fontes de conteúdos mais comuns são livros e revista da sua àrea de conhecimento, e por vezes informações noticiosas relevantes.

É possível criar sites que pertencem simultâneamente a este grupo e ao anterior, disponibilizando simultâneamente as ultimas noticias relevantes na sua àrea de conhecimento, e informação menos recente, mas ainda assim relevânte.

Um bom exemplo seria um site de desporto com as ultimas notícas, e simultâneamente biografias de atletas, histórias dos clubes, composição das equipas, calendários de eventos, etc.

Manuais e Documentação

Os manuais e documentação são outro grupo importante de sites, cada vez mais importante à medida que mais e mais empresas percebem que disponibilizar manuais dos seus produtos é também uma forma de promoverem os próprios produtos. São também cada vez mais importantes, pois cada vez mais a primeira forma utilizada quando se procura alguma informação acerca de um produto é através da internet, nos principais motores de pesquisa.

A fonte de conteúdos destes sites são os próprios productos documentados, e a equipa que desenvolveu esses productos, e a informação offline que exista sobre eles.

Serviços

Os sites de serviços vivem normalmente dos conteúdos dos seus utilizadores. É o caso dos serviços de WebMail, dos sites que permitem aos utilizadores criar blogs, disponibilizar fotografias, criar, gerir e manter arquivos de mailling lists, entre muitos outros.

Este tipo de sites não gera conteúdos, apenas disponibiliza ferramentas para que outros criem e coloquem online os seus próprios conteúdos.

Portais

Os portais são principalmente sites que agregam conteúdos de diversos sites dos grupos anteriores, bem como outros tipos, como Lojas.

Os portais são por vezes, mais do que a agragação dos diversos conteúdos, o conjunto dos vários sites.

Os portais própriamente ditos, normalmente, não criam grandes conteúdos, limitando-se a organizar a disponibilizar os conteúdos criados pelos diversos sites que agrupa.

Forúns

Os forúns são sites destinados ao esclarecimento de dúvidas e partilha de informação. Normalmente têm um grupo restricto de moderadores, que se limitam a intervir, nesse papel, quando algum utilizador cria uma mensagem que é considerada inadequada ao propósito do forum ou ofensiva.

A fonte de conteúdo de um forúm são as questões ou informações disponibilizadas pelos seus utilizadores, e as respostas e comentários a essas mesmas questões, normalmente colocadas por outros membros do forúm, ou pelos moderadores.

Depois de relativamente conhecido um forum continua a criar conteúdo por si só, podendo os seus criadores e moderadores limitar-se a manter o bom ambiente do grupo (tarefa muitas vezes mais árdua que a criação de conteúdos propriamente dita).

Blogs

Os blogs são a mais recente, e actualmente mais badalada forma de site. Tratam-se de sites que permitem alguma interação entre os visitantes do site e os seus criadores, mas sem confundirem papeis.

É normalmente obvio quem são os autores dos blogs, e podem ser focados em apenas um tema ou área do conhecimento, os dispersos (falarem sobre diversos temas). Podem ter apenas um ou vários editores (normalmente conhecidos como bloggers).

Ao contrário do que acontece com os forúns, o criador primário de conteúdo num blog são os editores do site, ainda que os seus posts possam ser depois comentados pelos seus visitantes, acrescentado dessa forma informação util ao conteúdo original criado pelo blogger.

A fonte de conteúdos de um blog acaba, por isso, por ser a experiência do próprio blogger, as suas leituras diárias, o seu dia a dia, e os seus conhecimentos da àrea de conhecimento sobre a qual escreve.

A questão que fica

Existem outros tipos de sites, sistemas mistos, em várias formas se integram, sistemas, que mais do que tipos de sites são forma de gestão (Wikis, por exemplo, são uma forma de gerir sites, normalmente sites informativos), mas, a questão que se coloca fica no fim é…

Qual é a fonte de conteúdos a que mais recorrem? Em que se inspiram quando fazem os vossos sites?


Bloggers e Jornalistas

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Debate-se muito que os bloggers podem estar a tomar o lugar dos jornalistas. É um debate que na minha opinião não faz qualquer sentido, uma vez que ambos ocupam lugares distintos.

Se por um lado hoje muitos bloggers conseguem ser já profissionais nessa actividade, isso são situações muito raras. E mesmo nesses casos não fazem aquilo a que se pode chamar, verdadeiramente, trabalho de jornalista.

A grande maioria dos blogs que existem hoje, especialmente os criados pelos chamados “proBloggers” enquadram-se num de quatro tipos:

  • técnicos
  • de opinião
  • catálogos

Os blogs do primeiro tipo, são aqueles que tentam disponibilizar aos seus visitantes informação acerca de uma área, como o Web a Sério. No caso do Web a Sério essa área é a Internet e a criação, manutenção, divulgação e rentabilização de sites profissionais. Existem muitos blogs deste tipo, e muitas àreas técnicas em que se enquadram, desde a gestão, o empreendedorismo, a informática (e áreas mais especificas dentro da informática, como o design, a programação, a optimização web, ou várias outras), ou até mesmo a Jardinagem ou a construção civil.

No segundo tipo temos desde blogs pessoais sem um foco muito forte, até blogs mais focados numa única área de conhecimento, em que o(s) autores expressão a sua opinião.

O terceiro grupo é composto essencialmente por blogs que escrevem sobre productos de um determinado grupo. As àreas em que isso é mais comum são os gadgets (pequenos dispositivos, normalmente electrónicos), as maquinas fotográficas digitais, televisões, leitores de DVD e outros electrodomesticos, e outros do tipo. Mas podem criar-se blogs deste tipo para quase qualquer tipo de producto.

Depois existem muitos blogs que se enquadram em mais do que um destes tipos, ainda que tentem na maioria dos casos manter-se mais num deles.

Existe ainda um quarto grupo de blogs que são os Blogs pessoais, nos quais os critérios de classificação falham quase sempre. Muitas vezes nem sequer se consegue facilmente perceber qual a lingua oficial do blog, quanto mais o tema. Algums são mesmo blogs pessoais, em que se fala do gato, do filme de fim de semana e do livro, do site e do programa de computador, da namorada e da bebedeira mal curada. Nalguns casos até se oferecem chocolates a desconhecidos, a troco de uma graçola pré-definida. Não é que não tenham piada, mas não têm foco, e não têm propósito.

Destes quatro tipo, o último é o que está, definitivamente, mais afastado do trabalho tradicional dos jornalistas.

Mas se virmos com atenção, nenhum dos outros três é realmente trabalho jornalistico.

As opiniões sempre foram escritas por comentadores, a grande maioria dos quais de àreas de actividade mais relacionadas com a matéria comentada do que de jornalismo. Não eram jornalistas, e continuam a não ser, mesmo nos media mais tradicionais e tradicionalistas.

Catálogos sempre foram feitos por quem queria vender productos, sejam publicitários ou vendedores, não por jornalistas.

As revistas técnicas das mais diversas àreas sempre se dividiram em dois grandes grupos:

  1. as feitas por técnicos da àrea em questão
  2. as que tentam fazer as pessoas de outras àreas perceber o que se passa na àrea, com o resultado mais comum de serem pior emenda que o soneto.

Mas, então e os jornalista? Bem, os jornalistas, quando fazem o trabalho deles bem feito, informam, divulgam noticias, novidades. E esse é um trabalho que normalmente é feito, de forma muito superficial pelos bloggers, e que é preciso, portanto, que alguém o faça a fundo, com rigor, com critério, de forma precisa, desinteressada. Existem blogs de noticias? Sim, alguns, mas pouco são a fonte inicial da informação, e quase nenhum é criterioso, rigoroso e verdadeiramente informativo.

E é isso que espero de um jornalista, e de um site de noticias (ou de qualquer outro media noticioso, como um jornal, ou um telejornal), informação rigorosa, confirmada e informativa. O que espero de um jornalista é que seja mais do que um blogger que espalha rumores. Espero que confirme as informações que lhe chegam, que verifique a credibilidade das suas fontes, que reuna informação adicional, e que me sirva tudo isto de forma concisa e rigorosa.

E por isto estou disposto a pagar, pois isto é muito mais que os rumores que posso ler nos blogs. Penso que há lugar para jornalistas e para bloggers, é apenas preciso que cada grupo perceba qual é a sua posição, o que se espera dele.