Category Archives: Problogging

Persistência – a parte mais díficil

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Criar um novo blog numa tarde livre e escrever uma duzia de posts nos primeiros dois meses é simples, mas persistir é a parte mais díficil.

Admito, há inúmeras coisas, inúmeros projectos, dos quais já desisti, outros que guardei numa gaveta, e a que voltei mais tarde. E alguns outros que deixei, meio que ao abandono enquanto a vontade é menos, enquanto o tempo aperta, enquanto outros projectos se tornam mais importantes.

Mas o principal problema de permitirmos que uns projectos se tornem mais importantes do que outros que temos a decorrer é que se permitirmos isso, a partir desse momento há sempre outros projectos mais importantes, e que vão acabar por ficar sempre antes de retormarmos o projecto que deixamos à espera que o projecto importante inicial terminasse. E qual era mesmo o projecto inicial? Ao fim de algum tempo já nem nos conseguimos lembrar de qual foi o projecto que retirou a prioridade ao projecto que até estava a correr bem, e que por isso deixamos durante algum tempo em auto-gestão.

E, claro, esse projecto que era inicialmente um dos projectos a que dedicavamos mais atenção, que era o nosso pet project (projecto de estimação), vai arrefecendo, vai-se tornando menos importante, e vai sendo abandonado por todos os que estavam envolvidos com esse projecto, da mesma forma que nós o abandonamos, em grande parte sem nos apercebermos disso.

É o caso do Web a Sério. Quando olho hoje para as estatísticas do Web a sério vejo claramente que ele é uma tímida sombra do que foi em tempos. Nos tempos em que estava claramente envolvido na comunidade Web em Portugal.

Mas se o Web a Sério é hoje uma sombra do que era noutros tempos, não é muito díficil encontrar dominios que foram abandonados e que hoje têm apenas publicidade, colocada lá para aproveitar o tráfego que o dominio ainda tem, principalmente à conta de a grande maioria dos sites nunca rever os links que cria, e assim manter links para dominios que já não existem, que deixaram de ser o que eram.

Mas, por outro lado, os projectos que se continuam a manter activos ao longo do tempo vão crescendo e vão-se tornando mais relevantes na comunidade de que são constituintes, em parte também devido ao facto de serem as referências que existem ao longo do tempo.

E, na verdade, essa é a parte mais díficil, manter um site activo ao longo dos anos, continuar a acreditar que o crescimento moderado de um site acabará, eventualmente, por fazer diferença, e que o site deixará de ser apenas mais um pequenos site no meio de centenas (ou milheres de outros). Acreditar que por cada conteúdo que se escreve, por cada nova página que se adiciona se está a acrescentar algo que irá interessar a alguém.

Muitas vezes é mais fácil ir jantar com os amigos, dedicar mais umas horas ao projecto que está atrasado, e que vai continuar atrasado porque foi mal planeado do que retirar 30 minutos por dia para manter activo o site, o blog no qual começamos a ter uma comunidade.

Na Web, a persistência acaba por compensar, em parte porque a quantidade de projectos que nascem e morrem (ou são simplemente abandonados) é tão grande, que a grande maioria deles nem sequer chega a ganhar credibilidade.

Isto é especialmente verdade quando estamos a falar de temas muito especificos ou de temas sobre os quais toda a gente fala.


ProBlogger vs. Webtrepreneur

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Muito se escreve hoje sobre problogging, mas será que os “probloggers” de topo, aqueles que realmente ganham dinheiro sério na Web são Probloggers? Ou será que na realidade são empreendedores Web, para quem os blogs são um dos meios utilizados?

É realmente comum ver posts, tutoriais, manuais, livros e ebooks sobre como ganhar dinheiro com blogs, como ficar rico com o adsense, e muito mais. Mas se realmente formos dissecar um pouco mais os negócios de muitos dos mais bem pagos bloggers do mundo vamos descobrir que os blogs não são a sua única fonte de rendimentos, e muitas vezes nem sequer são a mais importante.

Um dos primeiros blogs sobre ProBlogging foi o ProBlogger, mas desde o ínicio, o blog era mais uma forma de promover o curso Six Figure Blogging. E o curso certamente ajudou a levar os rendimentos do Darren Rowse bem mais do que o blog ProBlogging. E claro, este não era o único blog do Darren.

Outros exemplo podem ser fácilmente encontrados. O blog SEOmoz é apenas uma forma de publicitar os serviços da empresa que responde pelo mesmo nome.

O mesmo cenário repete-se com a maioria dos bloggers que realmente fazem dinheiro com Web. Nalguns casos os blogs são um meio de divulgar um negócio mais tradicional, noutros casos uma forma de divulgar outros negócios baseados na web.

Mas inúmeros negócios baseados na Web são hoje noticia um pouco por todo o mundo por terem levado os empreendedores que estão na sua origem a níveis de riqueza impensáveis antes desses negócios.

Casos como o Facebook ou o MySpace são alguns dos muitos exemplos.

A grande vantagem deste tipo de negócios é que eles trabalham para si, enquanto um blog normalmente depende do seu autor para crescer e manter os seus níveis de rendimento.

Existem outro tipo de sites que podem ser bem mais rentáveis que um blog. Mesmo sites cujo interesse seja o conteúdo. Um fórum, por exemplo, depois de estabelecida uma comunidade mantém-se por tempo indeterminado com manutenção mínima por parte do seu criador, que é normalmente a única (ou das poucas pessoas) que realmente lucra com o fórum.

Uma loja online, apesar de necessitar de algum trabalho constante, como o envio das encomenda e a gestão dos stocks, pode muito mais facilmente ser delegada numa terceira pessoa do que um blog.

Qualquer tipo de site social, depois que começa a ganhar momento, depende muito menos do seu criador do que um blog. E pode ser muito mais rentável. em primeiro lugar porque tem muito mais razões para atrair visitantes do que um blog. Com um blog, mesmo um blog colectivo, ou se gosta do que o(s) autor(es) escrevem ou não. Mas com um site social, por exemplo, com um site de social bookmarking (como o Digg, o delicious ou o sites Favoritos), pode utilizar-se esse site apenas para próprio benefício (para guardar os próprios bookmarks, e tê-los disponíveis em qualquer lugar) ou para acompanhar a opinião da comunidade ou de um conjunto restrito de pessoas (amigos, conhecidos, colegas de trabalho, etc).

E com essa maior capacidade de atrair utilizadores, esse tipo de site tem uma maior capacidade de gerar receitas do que um simples blog.

Isso não significa que não seja possível viver bastante bem apenas de blogs. Com tempo, dedicação e sorte é possível criar blogs que gerem 4 digitos de receitas mensais, talvez até 5 digitos. Mas não penso que seja possível que esse blogs tenham um rendimento além dessa escala.

Não penso que venhamos a ter um blog que se aproxime da escala de negócios como oFacebook ou o MySpace, ou mesmo ao nível de um Sapo ou IOL, que representam volumes de facturação muito menores que os primeiros.

Ainda assim, um blog é uma forma melhor de começar do que não começar. Mas deve pensar noutras forma de tirar partido da web, de outras coisas que gostaria de ter online, e que hoje não consegue encontrar.

Um fórum sobre tunning de carros pode ser uma ideia tão boa como qualquer outra. Quanto menor for o esforço que tiver que despender regularmente na manutenção do seu site, mais livre fica para criar novos sites, novos negócios, ou para adicionar novas funcionalidades ao seu novo negócio, sendo cada vez mais um webtrepreneur e menos umblogger.

E se, por um lado, os blogger são aconselhados a procurar os próprios nichos, oswebtrepreneurs devem procurar segmentos de mercado, tão grandes quanto possível, que estejam muito mal servidos, que precisem de soluções inovadoras, e dar-lhes essas soluções.

se por um lado, para quem vive de publicidade, o conteúdo é rei, para quem vive de produtos ou serviços que presta, a satisfação do cliente é a corte completa.


Blogs – a ferramenta e a obra

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Tudo o que nasce morre, mas muitas vezes, antes de morrer, é inúmeras vezes declarado defunto.

Como já vi inúmeras vezes, com os blogs é muito parecido. Já foram declarados mortos vezes sem conta… mas de que falam aqueles que passam tais atentados?

O Weblog

Antes de ser aquilo que é hoje, o blog era o Weblog, um registo (log) das actividades ou pensamentos de quem o escrevia. Como que um diário online, publico, que todos podiam ler.

Os primeiros eram bastante artesanais, como toda a web naqueles dias, mas aos poucos foram aparecendo ferramentas e sites que permitiam tornar a gestão de tais diários mais simples.

A principal razão porque hoje existem tantas ferramentas e tantos sites que permitem criar blogs de forma simples e rápida é o seu limitado leque de funcionalidades. Um blog é um registo de textos, ordenados por ordem anti-cronológica (não é por ordem cronológica, pois o primeiro a aparecer é o mais recente).

Dependendo das implementações, categorias ou tags foram adicionadas a esta funcionamento básico, nalguns casos arquivos. Mas tudo isto são apenas formas de apresentar esta informação. A gestão dos blogs é normalmente feita em apenas duas ou três páginas, e depois, dependendo da complexidade das funcionalidade adicionais, podem existir várias outras para gerir os aspectos secundários do blog, como os templates, os widget ou plugins adicionais, etc.

blogging e problogging

Como sempre aconteceu, os diários têm as mais diversas utilizações. Um caderno em branco é um caderno em branco, e nele cada um escreve o que quer. No tempo dos diários em papel, umas pessoas escreviam as suas aventuras e desventuras, outras escreviam os dados que consideravam importantes, outras ainda faziam complexos cadernos de apontamentos dedicados a um único tema.

Hoje isso continua a acontecer. Com a diferença de que os cadernos em branco dos novos tempos são mais simples de disponibilizar a qualquer pessoa que neles tenha interesse. Um blog como o Web a Sério ou o ProBlogger podem ser lidos de qualquer parte do planeta. O mesmo se passa com os diários mais pessoais.

A grande diferença começa quando se analisa as comunidades que se criam à volta de cada um destes tipos de blogs. Blogs mais focados num único tema tendem a criar à sua volta uma comunidade de pessoas que têm interesse nessa área especifica, e isso faz desses blogs uma excelente plataforma para divulgar produtos e serviços destinados a esse tipo de pessoas, e isso, por sua vez, faz com que seja possível rentabilizar este tipo de blogs.

Mas também isto não é novidade dos mundo online. Afinal de contas, o que são os livros escolares, se não uma evolução de cadernos de apontamentos? Somos todos demasiado jovens para nos recordarmos das sebentas da faculdade? Ou somos já demasiado velhos e esquecemo-nos delas?

Durante muito tempo o conhecimento era transmitido de mestres para os seus discípulos em parte verbalmente, em parte permitindo-lhes copiar partes dos seus próprios diários e cadernos de apontamentos.

Com o aparecimento da imprensa, os livros tornaram-se numa versão industrial dessas mesmas sebentas, desses diários e cadernos de apontamentos. Com o tempo a industria dos livros cresceu de forma a tornar um livro num produto fechado, no qual já não reconhecemos a sua origem interior, a primeira razão porque os primeiros cadernos de apontamentos foram criados.

A morte anunciada

A morte anunciada é um mito recorrente na nossa cultura. Refere-se constantemente a morte de inúmeras coisas, mas essas são as coisas que normalmente demoram mais tempo a morrer. Há vinte anos, o papel era considerado um produto com os dias contados. Tinha-se percebido que os computadores iriam invadir o dia a dia de cada um de nós, e em consequência disso o papel deixaria de ser necessário, porque toda a informação estaria disponível num monitor próximo de nós.

A Internet, a Web 1.0, o Petróleo, e até os weblogs (aqueles que deram origem ao termo blog) foram considerados extintos. No entanto, todos eles continuam por aí.

Mas os blogs, aqueles que são apenas registos de pensamentos soltos que passam pela cabeça dos seus autores, esses podem até mudar de forma, os temas podem variar, podem voltar a ser transferidos, da web para uma qualquer outra plataforma que entretanto surja, mas sempre existirão. Afinal de contas, enquanto houver pessoas que queiram partilhar os seus pensamentos (mais ou menos) íntimos com os outros, os diários continuaram a existir.

A ferramenta

E em relação aos software hoje existentes para criar blogs, e que são utilizados para inúmeros fins. A que se deve o seu sucesso?

Um software para gerir um blog, é uma ferramenta mais ou menos simples de implementar (dependendo das funcionalidades não essenciais, claro). No fundo, para gerir um blog, é necessária uma página que permita adicionar novos conteúdos, uma para listar os existentes e outra para editar um conteúdo pré-existente. Muitas vezes a primeira e a terceira são a mesma.

Depois são necessárias as páginas necessárias para mostrar esses conteudos, como sejam as listagens ou página do conteúdo.

Mas, no final, trata-se de um software razoavelmente simples. Num blog simples não se espera que seja possível alterar o comportamento das listagens, nem que as listagens tenham comportamentos diferentes consoante os utilizadores ou outros factores.

Na maioria dos casos espera-se que as ferramentas permitam alterar o aspecto global do blog, mas não se espera que seja possível qualquer utilizador ter a capacidade para fazer essa alteração. Muitas das plataformas de blogs implicam conhecimentos técnicos que colocam a fasquia acima da médias dos utilizadores dessa mesma plataforma, e por isso disponibilizam um conjunto diverso de themes (ou templates) que qualquer utilizador consegue facilmente escolher, e com isso dão alguma capacidade de escolha aos seus utilizadores sem implicar desenvolvimentos demasiado complexos na ferramenta.

O Sucesso

Na minha prespectiva, as principais razões do sucesso que os blogs tiveram ao longo dos últimos anos, e irão continuar a ter, pelo menos por enquanto são duas, a simplicidade de implementar um software de blog simples e a baixa complexidade de entrada.

Simplicidade de implementação

Implementar as funcionalidades básicas de um blog é uma tarefa que qualquer programador web consegue levar a bom termo, mesmo sem muita experiência, e em relativamente pouco tempo. Claro que á medida que mais funcionalidades são adicionadas, mais tempo vai sendo dispendido.

Mas as funcionalidades básicas eram simples de implementar.

Com o tempo inúmeras ferramentas foram surgindo, e foram sendo adoptadas por cada vez mais sites que permitem aos seus utilizadores criar os próprios blogs, bem como pelos bloggers que têm maiores conhecimentos e decidiram ser eles próprios a gerir os seus blogs, e ter com isso algumas vantagens sobre os outros.

Facilidade de adopção

Com apenas alguns cliques e a introdução de apenas meia duzia de informações (ou menos) é possível criar um novo blog, e começar a introduzir os primeiros conteúdos é igualmente simples. Escolher a imagem que está mais próxima do aspecto desejado para o nosso blog também não é complexo.

E em apenas alguns minutos qualquer utilizador pode criar o próprio blog. Acaba por ser mais simples e rápido do que ir à mercearia do bairro comprar um caderno em branco. E esta simplicidade é o grande segredo da adopção dos blogs como ferramenta de comunição de massas dos nossos tempos.

E, à medida que os utilizadores se vão tornando mais experientes, novas funcionalidades vão sendo adicionadas aos softwares de gestão de blogs, sempre mantendo a facilidade de utilização inicial, mantendo a curva de entrada baixa.

Blog – a solução final?

Mas são os blogs a solução final para a web? Penso que não são a solução final, e que nunca irá existir uma solução final. Mas são um dos muitos caminhos para uma plataforma web eficaz e eficiente.

À medida que a web e a informática em geral se tornam acessíveis e indispensáveis e cada vez mais pessoas, as ferramentas deverão ser cada vez mais simples de utilizar,e livres de erros.

A cada dia que passa aparecem mais ferramentas que resolvem pequenos problemas de forma simples e eficiente, sem tentar, mais uma vez, implementar todas as funcionalidades necessárias para criar um site muito complexo.

Penso que o futuro passará mais por pequenas ferramentas, simples de integrar, do que pelos gigantescos gestores de conteúdos que geriam a web há apenas alguns anos.


O professor e o blogger

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Sabe qual é a diferença entre um bom professor e um mau professor? A mesma que entre um bom blogger e um mau blogger.

Sabe qual é a diferença entre um professor de sucesso e um professor sem sucesso? A mesma que entre um blogger de sucesso e um blogger sem sucesso.

Qual é, então, a diferença entre um professor de sucesso e um blogger de sucesso?

Um bom professor e um bom blogger

Penso que facilmente concordaremos que um bom professor é aquele que consegue manter os seus pupilos interessados e motivados e que consegue que eles aprendam os temas que é suposto lecionar-lhes.

Com os blogger não é muito diferente. Um bom blogger é aquele que consegue que os seus leitores se interessem pelo que escreve, e que queiram voltar no dia seguinte e no outro para ler mais.

Um professor de sucesso e um blogger de sucesso

E um professor de sucesso? Bem, aqui já não será tão simples de conseguir que estejamos todos de acordo.

Alguns irão argumentar que o sucesso de um professor se mede utilizando o nível de sucesso dos seus alunos, a sua felicidade ou vários outros factores que, na minha opinião são consequência de serem bons professores, com aptidão para desempenharem essa actividade. E talvez, individualmente, até pudessemos concordar com esses indicadores de sucesso.

Mas a nossa sociedade não concorda. Na nossa sociedade apenas dois factores são realmente relevantes. O dinheiro e a fama. Ou será a fama e o dinheiro?

Nem, no fundo não é muito relevante a ordem porque colocamos estes factores.

Mas, então, qualquer professor catedrático ou outro professor em fim de carreira é uma pessoa de sucesso, pois ganha bem mais do que a generalidade dos seus concidadãos. Os professores catedráticos, por vezes, vão ainda mais longe ao tornarem-se analistas e cronistas, adicionando a fama ao factor dinheiro.

E, no fundo, a mesma questão se coloca em relação aos bloggers. Hoje consideramos bloggers de sucesso aqueles que conseguem viver bem (aparentemente) dos seus blogs. E, claro, muitos adicionam o factor fama ao factor financeiro.

Poderá parecer, portanto, que bloggers e professores são bastante semelhantes. E a verdade é que em vários pontos a actividade dos dois grupos profissionais é incidente, especialmente nos blogs temáticos.

Os blogs temáticos, tal como os professores, tentam disponibilizar informação, com o objectivos de informar os seus utilizadores (pupilos no caso dos professores), transmitindo-lhes os seus conhecimentos, os seus métodos e as suas opiniões.

E as diferenças?

Mas, existem diferenças entre um professor e um blogger? Bem, claro. Existe antes de mais uma diferença de importância extra-ordinária.

Na maioria dos casos não temos a possibilidade de escolher os nossos professores, especialmente quando falamos do ensino tradicional. Mas podemos escolher os blogs que lemos.

E a segunda grande diferença tem a ver com a forma como se atingem simultaneamente a fama e a recompensa monetária.

No caso dos professores as promoções são baseadas no mérito académico do próprio professor (quando mais estuda mais ganha), e na sua antiguidade, sendo aumentado de forma semi-automática periodicamente (sim, está-se a tentar acabar com isto). Depois existe o factor fama, e este é por vezes conseguido escrevendo para jornais e revista da sua área de ensino/investigação, fazendo análises na televisão e outras actividades objecto de atenção pública.

Os bloggers tipicamente vão-se tornando famosos à medida que cada vez mais pessoas vão considerando os seus artigos dignos de referência. Existem algumas formas de promover os seus blogs e a si próprios, mas no fundo são os seus posts e blogs que em ultima análise o vão promover.

O factor dinheiro, pelo contrário, é um pouco mais complexo. Muitos bloggers consideram que ser proBlogger é ganhar dinheiro com publicidade nos próprios blogs, outros que qualquer rendimento originado a partir do blog pode ser contado. Mas no fundo, isso depende do blogger, e do que considera como fonte de rendimento.

Mas, a questão é que, independentemente da forma dos rendimentos, estes são sempre consequêntes do sucesso do blog, e este tem tanto mais sucesso quanto mais tráfego consegue. E se a curto prazo se pode conseguir muito tráfego instantaneo, pouco interessado no site, nos productos e serviços, a médio prazo essa estratégia funcionará cada vez menos.

É, ao contrário do professor que encontramos na escola, e cuja aula não podemos trocar pela de outro professor, por muito pouco que gostemos dele, da forma como ele ensina, das suas piadas ou dos seus exames, podemos sempre decidir que não gostamos de um blog, e procurar outro.

Assim, ao longo do tempo, os bloggers são recompensados pelo trabalho bem feito, ou descartados se não servem. E esta é a grande diferença para os professores. O termos sempre o poder de não os escolher.

Problogging – Trabalho Duro ou Dinheiro fácil

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Nos últimos tempos o tema do problogging tem sido muito falado. Mas será que é realmente possível ser problogger? E compensa?

Problogger

Antes de mais comecemos por definir o que é um problogger.

Eu chamaria problogger a uma pessoa que consiga viver normalmente apenas de lucros obtidos directamente dos seus blogs.

De acordo com esta definição muitas pessoas que são consideradas probloggers seriam retiradas da lista, ou a ser mantidas na lista, uma grande parte dos seus rendimentos declarados como consequentes dos seus blogs não seriam contados.

Porquê? Porque na realidade a grande maioria desses rendimentos são rendimentos indirectos. Rendimentos Indirectos obtidos de diversas formas, como seja o design e a criação de blogs para outras pessoas, cursos sobre blogging, ou outras áreas mais ou menos relacionadas com os seus próprios blogs.

Ainda assim essas pessoas poderiam ter rendimentos acima da média apenas contanto os rendimentos directos dos seus blogs?

Sim, algumas delas poderiam. Não seria difícil conseguir rendimentos mensais com quatro dígitos, mesmo em euros. Mas daí aos seis dígitos anunciados em alguns casos vai uma longa distância.

Conseguir um rendimento de seis dígitos anualmente significa, tem termos práticos fazer 8300 dólares ou euros por mês. Não que isso seja impossível, mas é preciso ter os blogs certos para isso.

Significa em termos práticos ter blogs que consigam em média 8,30 dólares por cada mil pageviews de retorno e que tenham um pouco mais de um milhão de pageviews por mês.

Nenhum dos dois me parece realmente difícil. Mas digam-me… quem já conseguiu encontrar as áreas em que o CPM seja de 8,3 dólares por mês? Uma pessoa? Duas? E querem partilhá-las com o resto de nós, comum mortais?

E um milhão de pageviews por mês nos vossos blogs, já conseguiram? E conseguem manter esse tráfego estável?

Sim, é tão difícil como parece. Manter um blog com um tráfego estável significa actualizá-lo constantemente. Sim, ao longo do tempo o tráfego proveniente dos motores de pesquisa tende a aumentar na proporção em que aumenta o histórico do site.

Mas com sites profissionais a crescer diariamente vários posts, um blogger individualmente dificilmente conseguirá manter o ritmo durante muito tempo, muito menos sem sacrificar a qualidade dos seus conteúdos.

Mas, então, não é possível ser problogger? É, claro que é. Mas é muito difícil ser simultaneamente problogger e manter uma vida pessoal e social muito activa. Acima de tudo, mesmo que se consegui criar rendimentos acima dos necessários, será difícil disfrutá-los convenientemente.

Há vários exemplos de pessoas em Portugal que se podem enquadrar no grupo dos probloggers, ou que estão muito próximo de lá chegar. Mas quanto tempo é que essas pessoas dedicam por dia aos seus blogs? 4 horas? 6 horas? 10 horas? Bem, tendo em conta o número de posts que leio em alguns blogs portugueses todos os dias eu diria que o tempo dispendido é muito, especialmente se contarmos com o tempo de pesquisa necessário para encontrar todos os conteúdos publicados.

Mas poderão estes rendimentos crescer até onde? E quando o blogger deixar de trabalhar, porque tirou férias ou porque não lhe apeteceu colocar posts nesse dia, nessa semana, ou mesmo nesse mês? Vai continuar a ter rendimentos? Os mesmo ou mais?

Mas existe alguma solução melhor? Bem, deve haver. Dizem que a única forma de criar rendimentos que crescem infinitamente é obtê-los a partir do trabalho de outras pessoas. É por isso que as empresas contratam pessoas. Para ganhar dinheiro com o trabalho delas.

A questão que se coloca é como aplicar o mesmo principio na internet.

Claro, já existem bloggers a contratar pessoas para colocar conteúdos nos seus blogs. Essa talvez seja uma forma de crescer. Que outras alternativas existem?

Sim, o futuro, pelo menos onde está o dinheiro que faz diferença, não está nos blogs. Os blogs são um forma interessante de expressarmos a opinião, de divulgarmos os nossos produtos e serviços, mas na realidade o dinheiro que faz diferença estará cada vez mais nos sites colaborativos, como os velhinhos fóruns, e os novos serviços de tags e de links partilhados, e em muitos outros serviços que irão surgir pela Web ao longo dos próximos anos.

Serviços que funcionarão de forma tão autónoma quanto possível, que serão alimentados pelos próprios utilizadores, e que crescerão independentemente de se encontrarem em auto-gestão ou não, pois não haverá diferença para os utilizadores.

São serviços que levarão tempo a ser implementados, estarão em beta, enquanto são testados e sofrem correcções durante algum tempo, e quando se tornarem produtos estáveis libertarão os seus criadores para trabalharem noutros produtos e serviços, sem deixarem de lhes pagar o investimento que fizeram.

Não que os blogs e os problogger tenham os seus dias contados. Ainda andarão (e eu com eles) por cá mais uns tempos. Apenas nunca foi e dificilmente será aí que alguma vez esteve ou estará o dinheiro que faz diferença.

Quem tem dúvidas tente colocar um banner na homepage do Sapo ou do IOL ou do Clix e, especialmente se pensa que tem um blog com um CPM muito bom, pasme-se… Ou alguém tem um blog com um CPM de 60 euros+IVA?

Conclusão

Sim, eu pessoalmente penso que o problogging é muito mais trabalho duro que dinheiro fácil. É possível ganhar bem enquanto problogger, mas não deixará de ser uma profissão, e tão dura como qualquer outra, bem mais dura mesmo que a maioria.


Publicidade – quando colocar

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Você cria um novo site, e questiona-se se deve ou não colocar publicidade nesse site. Questiona-se talvez se a deve colocar desde o inicio ou se o deve fazer mais tarde.

O Darian, no site Problogger.net, colocou online a noite passada um Post a que chamou How quickly after starting a blog should I put ads on it? (Quão depressa depois de começar um blog é que devo colocar-lhe anúncios?), em que refere duas situações distintas, e que vou aqui reproduzir e acrescentar uma terceira possibilidade.

As possibilidade avançadas pelo Darian são.

  • Colocar publicidade desde o dia 1
  • Conseguir leitores e depois adicionar leitores

A terceira possibilidade que eu me arrisco avançar é:

  • Nunca adicionar anúncios

Vejamos cada uma dessas situações, sendo que nas hipóteses avançadas pelo Darian concordo basicamente com ele, pelo que resumo aqui o post dele, e adiciono algumas notas pessoais:

Colocar publicidade desde o dia 1

Eu pessoalmente enquadro-me neste grupo, e foi este o principio que segui neste site. As razões para se colocarem anuncios desde o primeiro dia numa blog ou num site são várias:

  • Expectativas dos leitores – Criar um blog sem publicidade pode criar a expectativas nos leitores de que irá manter-se sempre assim, e desiludir alguns desses leitores quando esse situação for alterada. Alguns leitores podem não gostar.
  • Design – Colocar anúncios desde o inicio permite que estes já estejam contemplados no design original, e não sejam depois colocados de forma menos estética.
  • Receita – Colocar anúncios desde o principio permite ver retorno desde o principio. Pode não ser muito, mas permite verificar a sua evolução. Dois centimos na primeira semana, cinco na segunda e 10 na terceira são uma evolução e ainda que não paguem o tempo permitem percebe que se está a evoluir no sentido pretendido.
  • Aprender a optimizar anúncios – Colocar anúncios desde o ínicio permite fazer teste com eles enquanto o site tem poucos utilizadores, o que significa que poucas pessoas irão ver os erros que se cometem. Quando se colocam os anúncios quando o site já tem tráfego considerável mais pessoas percebem que se está a experimentar.

Conseguir leitores e depois adicionar publicidade

A teoria por detrás desta abordagem é que colocando anúncios desde o primeiro dia se podem afastar leitores do site, pois parecerá muito comercial, muito interessado em ganhar dinheiro.

A ideia é que se podem depois adicionar os anúncios mais tarde, à medida que vamos ganhando leitores.

Nunca adicionar anúncios

Se por um lado, com a maioria dos blogs profissionais a publicidade, independentemente da sua forma, é uma das poucas formas de rentabilizar um site, por outro lado há muitos sites em que, penso, a publicidade deve ser evitada.

Alguns exemplos deste tipo de sites:

  • Blogs pessoais – Num blog pessoal, em que não existe um foco numa àrea mais comercial ou técnica, onde, por exemplo, se comenta o dia a dia, se colecionam os poemas, as musicas ou os comentários aos filmes do fim de semana, de forma simples e despretenciosa dificilmente se conseguirá um retorno significativo, especialmente se não existir uma quantidade de tráfego razoável.
  • Sites empresariais – Em sites empresariais, onde anúnciamos os nossos produtos ou serviços, a última coisa que pretendemos é que os nossos potênciais clientes cliquem num anúncio e se vão embora. Principalmente porque o mais provável de acontecer é clicarem num anúncio de um concorrente, o que diminui consideravelmente a probabilidade de conseguirmos a nossa venda.
  • Sites com acesso pago – Poucos utilizadores gostam de pagar e ainda continuar a ver publicidade, especialmente se falamos de popups, intersticials, e outras formas de publicidade intrusivas, que alterar a experiência de navegação do utilizador. Este tipo de publicidade é sempre incomuda, mas se o utilizador já está a pagar para ter acesso ao site pior.

Leiam também o post do Darian, chamado How quickly after starting a blog should I put ads on it?.