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Se o Cansaço atacar…

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Se o cansaço atacar não o defronte mais do que o estritamente necessário… deixe-se vencer assim que possível.

Há batalhas que se podem ganhar, e derrotas que apenas se podem adiar. Lutar contra o cansaço é uma luta perdida, que muito dificilmente poderá ganhar.

Quando se luta contra o cansaço, forçando continuamente o corpo e a mente a irem além das próprias fronteiras, a principal consequência disso é que ficamos ainda mais cansados, o que acaba por reduzir ainda mais a nossa capacidade de concentração, a nossa capacidade de memorizar, e em consequência disso o nosso ritmo de trabalho.

Ao longo das últimas semanas reduzi o meu ritmo ao essencial, especialmente por forma a conseguir fazer de forma adequado o meu trabalho na Log, e no cliente em que a Log me colocou.

Primeiro deixei acumular os feeds por ler, depois até deixei que as largas centenas de emails que recebo de mailling lists se fossem acumulando. Isso fez com que eu conseguisse manter o ritmo durante as oito horas de trabalho e recuperasse ligeiramente do cansaço acumulado.

É fim de semana e por isso estou a terminar alguns posts que tinha já começado, e aproveitar para escrever este.

O trabalho criativo, como o de escrever conteúdos originais exige concentração e uma mente descontraída, e por isso de nada serve continuar a tentar manter um ritmo elevado quando o corpo diz que não aguenta.

A imaginação sempre foi um dos meus pontos fortes, mas oito horas de sono por noite também foram sempre uma das minhas necessidades. Com uma recente mudança de horário a hora de acordar mudou, mas não consegui que a hora de deitar mudasse. O meu corpo não queria, e a minha mente dizia que ainda não estava na hora de deitar.

Nunca fui muito uma pessoa de hábitos, mas apesar disso mudá-los é difícil, para mim, idealmente não haveria horários. A inspiração vem quando vem, não quando se quer que ela esteja presente. Mas no mundo real eles existem. No mundo real as pessoas têm horas para entrar e (por vezes) para sair. E, querendo ou não, eu trabalho no mundo real, pelo que tenho que me reger pelas regras das pessoas normais, grupo de que, definitivamente, não faço parte.

Isso faz com que frequentemente esteja fora do meu ritmo ideal de trabalho, o que me cansa bastante mais do que seria de esperar.

Até há algumas semanas o meu horário normal para sair da cama era entre as oito e as oito e trinta da manhã. Agora, como tenho que estar em Lisboa às oito e vinte, por forma a não perder o autocarro, o meu horário de sair da cama não pode ser posterior às sete e dez. Isso fez com que dormisse menos uma hora por noite, pois a minha hora de deitar continuava a ser a mesma, uma vez que o meu corpo e a minha mente continuavam a ver o novo horário como uma coisa temporária.

A cansaço instalou-se rapidamente, e tive de começar a forçar-me conscientemente a ir para a cama mais cedo, mas foi tarde de mais, e o cansaço já estava instalado. Nos primeiros tempos ainda tentei lutar contra ele, numa tentativa de manter o email em ordem, e os feeds lidos.

Mas rapidamente percebi que não conseguia, e primeiro comecei a deixar os feeds para depois, e depois os emails das mailling lists. A diferença já se nota. Já me sinto mais fresco, mas ainda assim sei que não posso tentar recuperar o tempo perdido, pois isso faria com que voltasse ao início.

Mas percebi com tudo isto que os meus planos para conseguir alguma independência financeira são realmente importantes, pois não é possível passar o tempo todo no mundo real se não se é uma pessoa normal. Não que eu acredite que existam muitas pessoas cujo ritmo biológico lhes diga que às nove da manhã é uma boa hora para começar a trabalhar.

Acredito que para muitas o ideal seria depois de almoço e para outras tantas às seis da matina… mas no final talvez nove ou nove e meia seja um compromisso aceitável. Aceitável, mas ainda assim um compromisso.

Um compromisso que, na minha opinião, faz com que todos fiquemos a perder.

Tudo isto, claro, não passa de uma grande divagação, pois o meu ponto era que, se o cansaço atacar é perfeitamente inútil resistir, e nada proveitoso fazê-lo.