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Uma questão de confiança

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Há já algum tempo que se me coloca uma questão acerca da confiança que tantas pessoas colocam em sites, mesmo em sites dos quais pouco ou nada conhecem. Hoje deixo-vos com alguns dos meus pensamentos acerca do tema.

Emails dos Amigos

Um dos mais comum testes de confiança é efectuado pelas redes sociais quando pedem as passwords dos webmails para ir lá obter a lista de contactos e adicioná-los automaticamente à rede, ou convidá-los a juntarem-se à sua rede.

Eu percebo o conforto que é enviar automaticamente convites às dezenas ou centenas de contactos que têm na vossa conta do hotmail, ou do gmail ou de qualquer outros dos webmails suportados.

Mas, acredito também que confie que os dados que está a fornecer à sua rede social nunca vão ser utilizados para nenhuma outra finalidade. Neste caso especifico, será de esperar que os dados referidos não são sequer guardados em base de dados ou registados em logs. Mas será que não são?

E que pode acontecer se por acaso decidirem utilizar os dados referidos para outros fins? Que é que poderiam fazer com esses dados?

Imagine que alguém com acesso a esses dados decide criar um programa para enviar SPAM personalizado. Quem melhor para lhe enviar um email a anunciar um qualquer produto do que uma pessoa com quem trabalha, que é seu amigo, ou que faz de qualquer outra forma parte das suas relações pessoais. E, claro, com o username e password da sua conta de webmail isso é simples de fazer.

Username de outros sites

Hoje existem diversos serviços que efectuam acções em consequência de eventos, como os que permitem manter as diversas contas nas redes sociais sincronizadas, ou as de microblogging. No dia em que um destes serviço caia em mãos menos confiáveis, todas as contas que lhe estejam associadas tornar-se-ão potenciais palcos de spam.

Mas nem é esse, sequer, o único risco. Imaginemos que um destes sites, um destes serviços tem um bug, que alguém descobre, e que permita obter uma listagem das contas que estão registadas nas suas bases de dados… Mais uma vez, estas contas estão em risco, apesar de as pessoas responsáveis pelo site em quem se confiou serem de confiança. São, no entanto, humanas, e o seu código é susceptível de ter falhas que permitam obter estes dados.

É extraordinariamente difícil escrever código completamente livre de erros, e mesmo quando se têm os maiores cuidados para garantir que estes são tão pouco quanto possível, utilizam-se inúmeros programas e bibliotecas que podem conter bugs. Apesar de ser cada vez mais simples criar um site, devido às inúmeras bibliotecas, frameworks e gestores de conteúdos que existem à disposição de cada utilizador, cada vez mais também, o enfase no desenvolvimento destas ferramentas é colocado nas novas funcionalidades e não na correcção de bugs e na segurança das funcionalidades existentes.

Isto faz com que a confiança que pode ter na segurança de um qualquer site que utiliza seja limitada. Mesmo quando confia nas pessoas que fizeram o site, quanto mais o site ganhar momentum, maior a probabilidade de alguém conseguir tirar partido do site para fins que os criadores do site e a maioria dos seus utilizadores não anteciparam.

Dados Online

São inúmeros os sites que permite manter dados relativamente privados, e até que implementam funcionalidades realmente privadas (como a facturação de profissionais liberais), e que oferecem muito poucas ou nenhumas garantias acerca da privacidade desses dados. Mas ainda assim têm muitos utilizadores, prontos, inclusivamente, a pagar para desfrutar desses serviços. Em muitos casos os serviços nem são legais (como no caso do software de facturação que não suporta IVA por linha, ou que não permite exportar dados no formato SAFT-PT,obrigatório para qualquer empresa portuguesa ou empresário em nome individual).

Eu sei, estes serviços online são muito funcionais, estão sempre disponíveis, e tudo o mais. Claro que eu gosto de ter este tipo de funcionalidades sempre disponíveis, mas também gosto de garantir que os dados da minha facturação apenas de mim são conhecidos. Não utilizo, neste momento, um sistema de facturação online, mas se utilizasse, seria um instalado nos meus servidores, não um disponível para quem quer que o pretenda utilizar.

A minha visão

Sim, eu sou um bocado paranóico, mas tenho a nítida sensação que a maioria dos utilizadores confia demasiado.

Mas é mais do que isso, eu sou um Programador Open Source mais do que um empreendedor Web. Eu poderia simplesmente criar sites e permitir que qualquer utilizador os utilizasse, por um preço determinado, de preferência. Mas o que eu faço é colocar o software que escrevo online para que qualquer pessoa o possa utilizar.

E isso deve-se ao facto de eu utilizar mais facilmente software que possa instalar em maquinas em que eu confie, do que sites nos quais eu não confio. Sim, eu tenho contas em muitos sites, utilizo muitos serviços online, como o GTalk, o Twitter, o Yahoo!Groups e muitos outros. Mas utilizo emails diferentes para todos os registos, tenho várias passwords, em muitos sites utilizo password geradas automaticamente. E aquilo que considero mais pessoal está em casa, num computador com um acesso limitado à internet.

E, claro, quando não encontro software open source que satisfaça as minhas necessidades de forma adequada, prefiro implementar a utilizar uma solução web partilhada.


Anedotas num site de Jeito

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O José Castro tem andado a criar um site de anedotas, que anunciou ontem.

De uma forma geral o site esta bem conseguido, e gostei bastante do design do Ivo. Há apenas alguns detalhes que mudaria.

Já em relação a funcionalidades deixo várias sugestões. José, aproveita que andas a mexer no site para implementares o que achares interessante.

title nos links do menu

Adicionar uma breve descrição das páginas de destino nos links do menu é uma boa forma de fornecer mais informação acerca dessas páginas. Isto pode ser feito utilizando o parâmetro title da tag a.

Esta informação será mostrada pelos browsers sob a forma de uma tip quando se coloca o rato sobre o link, e é associada pelos motores de pesquisa á página de destino.

Páginas únicas

Eu sei que nem sempre é fácil chamar nomes ás anedotas, e apenas por isso não recomendo fazê-lo.

No entanto, penso que é importante teres uma página para cada anedota, em que a anedota aparece sempre em primeiro lugar.

Se as anedotas tivessem nome aconselhava-te a utilizar uma versão desse nome nos URLs. Assim diria que uma combinação do inicio da anedota com o id dessa anedota na base de dados seria uma boa solução.

Se preferires podes utilizar um valor que guardas na base de dados, composto por uma combinação das coisas mais relevantes da anedota.

Esta opção tem ainda a vantagem de impedir que utilizem o ID para sacar todas as anedotas que te tens dado ao trabalho de recolher, e ainda ajuda a tornar as páginas mais relevantes para essas palavras.

A principal razão para criares esta página é que se não for possível referir uma anedota em particular não vais ter links contextualizados para dentro do site, o que podes ter desta forma.

Enviar Anedota

Na página da Anedota (ou junto à anedota, na listagem) podes adicionar uma pequena imagem para enviar a anedota a outra pessoa.

Quando clicada abre uma nova janela com um formulário para colocar o próprio nome e email, o nome e email do destinatário, e uma pequena mensagem a enviar junto com a anedota.

No email envias a anedota, e claro, um link para o receptor ver mais anedotas.

Podes também enviar um email a quem a envia a agradecer o envio.

Newsletter diária/semanal

Podes ainda criar uma newsletter diária, para onde envias (apenas) um email por dia com uma ou duas anedotas. No site colocas um pequeno formulário que permita subscrever a newsletter.

Nota: A subscrição deve ser confirmada, para não teres engraçadinhos a subscrever emails de outras pessoas.

No email da newsletter deve também ser enviado um link para uma página que permite desubscrever a recepção da newsletter.

Feeds Globais

Podes criar cinco (5) feeds globais, que podem ser assinados individualmente:

  1. Ultimas Inseridas – Este feed teria as ultimas anedotas inseridas, independentemente de serem para adultos ou para “toda a família”.
  2. Ultimas para todos – As últimas anedotas inseridas para “toda a família”.
  3. Ultimas para adultos – As últimas anedotas só para adultos.
  4. Melhores para todos – As anedotas que têm mais do que um determinado número de votos.
  5. Melhores para adultos – As melhores anedotas classificadas como para adultos.

Feeds por tags

Podes ainda criar feeds por tags para aqueles que apenas querem receber as últimas anedotas numa determinada categoria.

Sistema de votação

Não percebo para que serve um dos teus controlos na votação das anedotas… o “Não sei”! Quem não sabe não vota. Eu mantinha as três opções, mas mudava a funcionalidade da “Não sei” para “Quente”/”Para adultos”. Isto permitir-te-ia que as anedotas fossem inseridas e ficassem disponíveis automaticamente, e quando fossem votadas como “Quentes” eram marcada para revisão e tu decidias manualmente se eram para adultos ou não.

As anedotas que tivesses moderado manualmente isto não apareceria. Outra opção possível seria apenas “Reportar”, que a marcaria para revisão (classificar como “Para Adultos”, “Spam” a apagar – ou apagar logo, etc).

Publicidade

Na página que só tem uma anedota, bem como na página permanente das anedotas (que sugiro), adicionaria outras anedotas, com uma fonte um pouco menor, e entre a principal e as outras colocava um banner.

Podes também conseguir uns patrocinadores para as newsletters. Sistemas como o Amazon Affiliates pode ser uma boa opção, pois podes colocar os links no template dos emails sem dificuldade.

Resumo

Zé, aqui ficam estas oito pequenas sugestões. Umas são mais simples de implementar que outras e cada uma delas terá um impacto diferente no site. E, acima de tudo, são apenas sugestões.

Restantes leitores, se gostariam de ver uma pequena lista de sugestões como esta acerca do vosso site ou blog enviem-me uma mensagem. Esta oferta destina-se apenas a pequenos sites e blogs, e implica a publicação da lista neste blog. Se tiverem um grande site que queiram ver optimizado, contactem-me para saber o que podemos fazer pelo vosso site.

E já agora… Alguém tem alguma outra sugestão para o José Castro melhorar o Anedotas num Site de Jeito?


Modelos de Negócio Online

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Tenho estado a trabalhar num CMS para uma empresa de media tradicional, que publica várias revistas. Eles questionam-se como rentabilizar os respectivos sites, e isso levou-me a mim a colocar a mesma questão.

No caso dos meus sites, a questão nunca foi como ganhar dinheiro com eles, mas a verdade é que ao longo de vários anos dediquei muitas horas à construção de ferramentas, a pesquisa e criação de conteúdos, a criar e alterar o design dos sites.

E, claro, coloquei muito do meu dinheiro nestes sites, especialmente no registo dos domínios, acesso à internet e aluguer de servidores.

Hoje olho para os meus sites, cuja quantidade se escreve com dois dígitos, e para a lista de domínios que tenho registados, todos com óptimos projectos editoriais, mas pouco tempo para os implementar e colocar online, e percebo que tenho o mesmo problema que este cliente.

Claro que eu tenho um problema acrescido. Eles têm dezenas de pessoas a criar novos conteúdos todos os dias. Eu estou a solo e apenas o faço nos tempos livres.

Esqueçamos portanto os meus pequenos sites e concentremo-nos nas situações em que existe conteúdo e investimento para a sua criação, como este cliente, e como muitas empresas idênticas, como as centenas de revistas que existem não apenas no nosso país, como também no resto do mundo.

A maioria destas equipas editoriais está permanentemente vigilante a tudo o que de relevante se passa na sua área. Isto dá-lhes a oportunidade de criar conteúdos novos à medida que as coisas vão acontecendo.

Por outro lado, a maioria do tempo estas equipas estão concentradas em criar ou adaptar conteúdos mais profundos, que serão publicados nas revistas, em papel.

Por razões de espaço estes conteúdos são muitas vezes cortados, e publicados apenas parcialmente nas revistas, não sendo completamente incomum um artigo com 3000 palavras acabar por ser reduzido a 2000 por razões de espaço disponível na revista.

Estes conteúdos reduzidos são muitas vezes os que vão parar ao site. Esta é, no entanto, a versão errada para colocar online. A versão a colocar online deveria ser a versão original. Por alguma razão o autor escreveu originalmente mais texto.

Mas, dizem-me, assim ninguém vai comprar a revista, uma vez que os conteúdos estão todos online, e ainda mais completos.

Sim, é verdade. A menos que estes conteúdos estejam disponíveis apenas para quem adquirir a revista.

Mas, deverão todos os conteúdos estar disponíveis apenas para as pessoas que comprem ou assinem a revista?

Na minha opinião não. Os sites têm tudo a ganhar se alguns dos conteúdos estiverem disponíveis a qualquer pessoa.

Por um lado se alguns dos conteúdos estiverem disponíveis para toda a gente, é provável que com o tempo mais pessoas descubram o site, e consequentemente a revista.

Por outro lado esse conteúdos vão ser indexados pelos motores de pesquisa, o que vai trazer novos utilizadores ao site, tornando com isso a revista conhecida para esses utilizadores e potenciando com isso a aquisição de novos clientes.

Mas, então, que conteúdos disponibilizar e que conteúdos guardar apenas para os clientes da revista em papel?

Bem, penso que a segmentação dos conteúdos se poderia fazer em três grupos.

O primeiro é que conteúdos disponibilizar a todos os visitantes do site no momento da criação. Bem, este tipo de redacções todos os dias cria algumas noticias, por vezes dezenas de pequenas noticias, que são pouco mais que citações de outras fontes. Estes conteúdos ocupam por norma menos de 10 a 15 minutos por artigo.

Estes conteúdos, devido ao seu reduzido custo, penso que poderiam ser disponibilizados imediatamente, até porque a maioria deles nunca irá ser publicada de qualquer das formas.

Restam com isto os artigos que implicam mais pesquisa, mais longos, mais elaborados, independentemente de virem a ser publicados na revista ou não. Na minha perspectiva estes conteúdos devem estar disponíveis apenas aos clientes da revista. Esta é a forma de incentivar a compra da revista, ou a sua assinatura.

Se os artigos são publicados na revista aparecem online apenas algum tempo depois de a revista estar nas bancas (ou ser enviada aos assinantes), se não forem publicados em papel ficariam disponíveis online imediatamente para todos os assinantes.

Mas, tanto num caso como noutro, deverão os artigos estar acessíveis apenas aos assinantes eternamente?

Penso que não. Penso que se poderão criar ainda dois intervalos de tempo distintos. Afinal de contas, depois de ser publicado um número de uma revista já ninguém mais vai comprar o número anterior, pelo que os conteúdos do mês anterior poderiam ser rentabilizados de outra forma, sem com isso afectar a venda da revista.

Como? Criando um sistema de assinatura online, em que os assinantes desta forma possam pagar para ter acesso a um artigo em particular, ou por um período de tempo (um dia, um mês, um ano?), a todos os conteúdos premium que tenham mais do que a idade de uma (ou duas) edição em papel (no caso da revista mensal, um mês – ou dois).

Assim, supondo que tenho interesse pela área da revista, mas não sou um profissional da área, pelo que não preciso de ler as reportagens no mês em que são escritas, apenas quero poder ir ler alguma informação da área de vez em quando, posso subscrever a assinatura online. Ou se sou estudante e quero aceder a uma reportagem especial que fizeram há alguns meses, posso aceder a ela desta forma, por um valor muito mais reduzido que o custo da assinatura da revista.

Mas, e ao fim de um ano, ou dois, esta informação ainda é relevante? Bem, historicamente tudo é importante. Mas será que ainda alguém vai pagar para aceder a conteúdos tão antigos? Provavelmente não.

Por isso, em determinada altura esses conteúdos podem ser libertados para serem acedidos de forma anónima, para que qualquer utilizador os possa ver. Desta forma promove-se a qualidade dos conteúdos da revista, permite-se aos motores de pesquisa indexar mais conteúdos do site, o que ajuda a dar mais relevância ao mesmo, e a fazer com que ele apareça em mais pesquisas relacionadas com a sua área de actividade.

E claro, colocar publicidade no site também ajuda, pois permite rentabilizar o tráfego de todos os artigos, mesmo daqueles que estão disponíveis para toda a gente.

Se o site tem pouco tráfego pode oferecer-se esse espaço aos anunciantes da edição em papel, mas sempre fazendo ver que é uma oferta, uma promoção, e não algo a que eles terão direito sempre que anunciarem na edição em papel, porque quando o site tiver mais tráfego poderemos querer vender esse espaço, e os nossos anunciantes habituais são os primeiros potências clientes da lista.

Mas, dizem vocês, isso é possível com os assinantes, mas e as revistas que são vendidas nas bancas, como permitimos que as pessoas tenham ainda assim acesso à versão estendida desses conteúdos?

Bem… eu tenho algumas ideias, e você? E têm alguma ideia melhor para rentabilizar este tipo de sites?