Monthly Archives: August 2006

AJAX – o que é?

Published by:

Ajax é a abreviatura de Asynchronous JavaScript and XML. Trata-se do nome de uma técnica para tornar a Web mais eficiente, transferindo pequenas quantidades de informação sem que o utilizador tenha essa percepção.

Mas, perguntam-me, o que te inspirou para escrever hoje sobre Ajax?

Esta tarde, um dos visitantes do meu blog foi originário do Google, onde tinha pesquisado “como colocar ajax no flash“.

Se me tivesse perguntado a mim, e não ao Google, provavelmente eu teria respondido não coloca.

O Ajax é uma técnica para efectuar pedidos HTTP em javascript e processar o XML devolvido para obter uma estrutura de dados, que será depois utilizada para alterar algo no site.

Mas, qual é o problema de utilizar isto em Flash?

Na verdade nenhum, no entanto o flash já dispõe de ferramentas para fazer todas estas operações internamente, pelo que não vejo necessidade de recorrer ao javascript para executar nenhuma delas.

O que o visitante do Web a Sério pretendia, penso, era implementar o tipo de funcionalidades normalmente atribuidas ao Ajax em Flash. Mas isso não é Ajax, uma vez que o JavaScript deixa de fazer parte da equação.

Ajax – descrição

Mas então, o que é o Ajax?

O Ajax é uma técnica, que consiste em utilizar um objecto XMLHttpRequest (que pode ter que ser criado de forma diferente consoante o browser) para efectuar um pedido HTTP ao servidor em background, receber dados do servidor em XML, processar esses dados e alterar o site de acordo com os dados recebidos.

Hoje existem várias variantes a todo este processo, sem normal utilizar um iframe para efectuar as chamadas ao servidor, e vários outros formatos são por vezes utilizados para a transferência de dados, incluindo HTML directamente, texto puro e vários outros.

Vantagens

As grandes vantagens de utilizar Ajax num site é que permite proceder a alterações na página com muito menos transferência de informação, pois podem ser transferidos apenas os dados novos em cada alteração, sendo o HTML do site reutilizado ou criado no cliente.

Por outro lado, como apenas partes das páginas são actualizadas, e essa actualização é normalmente muito mais rápida do que se toda a página fosse actualizada, o utilizador chega a ter a sensação de que tudo acontece em tempo real, localmente no seu computador.

Desvantagem

A grande desvantagem da utilização massiva de Ajax são a usabilidade e a indexação dos sites.

Pela parte da usabilidade, o facto de uma grande quantidade das funcionalidades do site serem implementadas em Javascript torna mais dificil a manutenção de funções a que os utilizadores estão habituados, como o botão Voltar/Back do browser, que quando as sucessivas páginas são criadas no browser do cliente não funciona.

Por outro lado, se as alterações são mais que alterações do conteúdo, mas navegação no próprio conteúdo, pode tornar-se impossível (ou pelo menos complexo) guardar links directos para determinado conteúdo que se pretende lembrar.

Esta questão da navegação coloca-se ainda com mais relevância quando se trata a indexação do site, pois se as listagens são geradas em Javascript, e os Robots de Indexação dos motores de pesquisa não executão o Javascript, na maioria dos caso não vão indexar correctamente o site.

Outro problema por vezes apresentado é o dos tempos de resposta, que numa rede com tempos de resposta elevados podem gerar timeouts e tempos de espera que os utilizadores não percebem. Nesta situação os utilizadores devem ser alertados visualmente desta situação.

Algumas referências

O caso Abrupto, ou o problogger amador

Published by:

Queixa-se o Pacheco Pereira (Doutor, Filósofo, Político e Historiador, dizem) que lhepiratearam o blog. Acho mal, mas ainda assim penso que se de alguém se deve lamentar é dele próprio.

Não me entendam mal. Não acho bonito que alguém, propositadamente, reescreva sistematicamente o blog de outra pessoa, muito menos um blog relevante e até mesmo histórico.

Sim, o Pacheco Pereira foi um dos primeiros bloggers de renome em Portugal, e tem todo o mérito nisso. Tem tanto mais mérito quanto, ao contrário do que acontece com blogs deoutros que tais o actualiza com uma frequência bastante aceitável, e não o utiliza apenas como mais uma ferrementa de marketing em altura de eleições.

Devo dizer, uma vez mais, que acho mal. No entanto não acho que, mesmo o Doutor Pacheco Pereira seja suficientemente relevante para ser alvo de um boicote (que a existir seria por parte do Google), como diz, por exemplo, um qualquer blasfemo, não identificado.

Não vou ao ponto a que chegam no Gato Fedorento, pois por um lado os comediantes são eles, por outro o meu intento é outro, e acho até que o Pacheco tem razão.

Tem razão, mas também tem culpa.

Se por um lado quando o abrupto descolou o blogspot era das poucas soluções existentes, e rapidamente se tornou na mais conhecida, o que fez dela a solução escolhida para o Abrupto, por outro lado isso foi há anos atrás.

Em todos estes anos o abrupto ficou colado a uma solução que nunca descolou, que não mudou nada. Eu não sei os detalhes do aparece /desaparece /volta a aparecer do abrupto, mas sei que quando o Pacheco criou o abrupto no blogspot concordou com os termos de serviço, que provavelmente já na altura especificavam, como o fazem hoje que:

… USE OF THE SERVICE IS AT MEMBER’S SOLE RISK. THE SERVICE IS PROVIDED ON AN “AS IS” AND “AS AVAILABLE” BASIS. …

O que significa que o Google faz o que puder para resolver o problema do Abrupto (ou do Pacheco), mas que não se obriga a isso.

O Pacheco tem ainda o problema de, apesar da sua relevância em Portugal, para o Google é apenas mais um blogger amador, e que não lhes trás (do blog pelo menos) qualquer retorno.

E o próprio Pacheco, não parece tirar grande proveito financeiro directo do blog.

Mas a verdade é que, apenas no dia 31 de Julho colocou cinco (5) novos posts no blog, e tem em média mais de cinco mil (5000) pageviews por dia, o que o coloca fora do grupo dos bloggers amadores. A verdade é que regularmente o blog lhe volta a dar alguma notariedade extra.

Mais do que isso, sendo uma figura mediática na nossa sociedade, também ali é a sua imagem que está em causa.

Por tudo isto, há muito que, o Abrupto deveria ter passado para um domínio próprio, e de preferência com um gestor de conteúdos dedicado. Se quando o Abrupto foi criado essas soluções não eram abundantes (nem mesmo existentes, talvez), há já algum tempo que isso não é verdade.

Há também algum tempo que alguns problemas com os blogs no blogger.com têm vindo a público, chegando mesmo a afectar blogs oficiais do google, pelo que não me surpreende que um blog com o tráfego que o Abrupto já tem seja alvo de brincadeiras e usurpações.

O que me surpreende é que o Pacheco Pereira se porte como um amador, se limite a queixar-se que lhe querem roubar o blog, e não tenha ainda anunciado uma nova versão do Abrupto, no qual coloca todos os conteúdos do Abrupto actual, num domínio próprio, e cujo URL colocaria no topo do actual Abrupto, até a grande maioria dos seus leitores terem actualizado os links e bookmarks.

Não é uma tarefa assim tão complexa, e por certo que o Pacheco Pereira consegue negociar os custo de um blog decente e com direito a reclamação, mesmo que não esteja disposto a pagá-lo em dinheiro.