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Problogging – Trabalho Duro ou Dinheiro fácil

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Nos últimos tempos o tema do problogging tem sido muito falado. Mas será que é realmente possível ser problogger? E compensa?

Problogger

Antes de mais comecemos por definir o que é um problogger.

Eu chamaria problogger a uma pessoa que consiga viver normalmente apenas de lucros obtidos directamente dos seus blogs.

De acordo com esta definição muitas pessoas que são consideradas probloggers seriam retiradas da lista, ou a ser mantidas na lista, uma grande parte dos seus rendimentos declarados como consequentes dos seus blogs não seriam contados.

Porquê? Porque na realidade a grande maioria desses rendimentos são rendimentos indirectos. Rendimentos Indirectos obtidos de diversas formas, como seja o design e a criação de blogs para outras pessoas, cursos sobre blogging, ou outras áreas mais ou menos relacionadas com os seus próprios blogs.

Ainda assim essas pessoas poderiam ter rendimentos acima da média apenas contanto os rendimentos directos dos seus blogs?

Sim, algumas delas poderiam. Não seria difícil conseguir rendimentos mensais com quatro dígitos, mesmo em euros. Mas daí aos seis dígitos anunciados em alguns casos vai uma longa distância.

Conseguir um rendimento de seis dígitos anualmente significa, tem termos práticos fazer 8300 dólares ou euros por mês. Não que isso seja impossível, mas é preciso ter os blogs certos para isso.

Significa em termos práticos ter blogs que consigam em média 8,30 dólares por cada mil pageviews de retorno e que tenham um pouco mais de um milhão de pageviews por mês.

Nenhum dos dois me parece realmente difícil. Mas digam-me… quem já conseguiu encontrar as áreas em que o CPM seja de 8,3 dólares por mês? Uma pessoa? Duas? E querem partilhá-las com o resto de nós, comum mortais?

E um milhão de pageviews por mês nos vossos blogs, já conseguiram? E conseguem manter esse tráfego estável?

Sim, é tão difícil como parece. Manter um blog com um tráfego estável significa actualizá-lo constantemente. Sim, ao longo do tempo o tráfego proveniente dos motores de pesquisa tende a aumentar na proporção em que aumenta o histórico do site.

Mas com sites profissionais a crescer diariamente vários posts, um blogger individualmente dificilmente conseguirá manter o ritmo durante muito tempo, muito menos sem sacrificar a qualidade dos seus conteúdos.

Mas, então, não é possível ser problogger? É, claro que é. Mas é muito difícil ser simultaneamente problogger e manter uma vida pessoal e social muito activa. Acima de tudo, mesmo que se consegui criar rendimentos acima dos necessários, será difícil disfrutá-los convenientemente.

Há vários exemplos de pessoas em Portugal que se podem enquadrar no grupo dos probloggers, ou que estão muito próximo de lá chegar. Mas quanto tempo é que essas pessoas dedicam por dia aos seus blogs? 4 horas? 6 horas? 10 horas? Bem, tendo em conta o número de posts que leio em alguns blogs portugueses todos os dias eu diria que o tempo dispendido é muito, especialmente se contarmos com o tempo de pesquisa necessário para encontrar todos os conteúdos publicados.

Mas poderão estes rendimentos crescer até onde? E quando o blogger deixar de trabalhar, porque tirou férias ou porque não lhe apeteceu colocar posts nesse dia, nessa semana, ou mesmo nesse mês? Vai continuar a ter rendimentos? Os mesmo ou mais?

Mas existe alguma solução melhor? Bem, deve haver. Dizem que a única forma de criar rendimentos que crescem infinitamente é obtê-los a partir do trabalho de outras pessoas. É por isso que as empresas contratam pessoas. Para ganhar dinheiro com o trabalho delas.

A questão que se coloca é como aplicar o mesmo principio na internet.

Claro, já existem bloggers a contratar pessoas para colocar conteúdos nos seus blogs. Essa talvez seja uma forma de crescer. Que outras alternativas existem?

Sim, o futuro, pelo menos onde está o dinheiro que faz diferença, não está nos blogs. Os blogs são um forma interessante de expressarmos a opinião, de divulgarmos os nossos produtos e serviços, mas na realidade o dinheiro que faz diferença estará cada vez mais nos sites colaborativos, como os velhinhos fóruns, e os novos serviços de tags e de links partilhados, e em muitos outros serviços que irão surgir pela Web ao longo dos próximos anos.

Serviços que funcionarão de forma tão autónoma quanto possível, que serão alimentados pelos próprios utilizadores, e que crescerão independentemente de se encontrarem em auto-gestão ou não, pois não haverá diferença para os utilizadores.

São serviços que levarão tempo a ser implementados, estarão em beta, enquanto são testados e sofrem correcções durante algum tempo, e quando se tornarem produtos estáveis libertarão os seus criadores para trabalharem noutros produtos e serviços, sem deixarem de lhes pagar o investimento que fizeram.

Não que os blogs e os problogger tenham os seus dias contados. Ainda andarão (e eu com eles) por cá mais uns tempos. Apenas nunca foi e dificilmente será aí que alguma vez esteve ou estará o dinheiro que faz diferença.

Quem tem dúvidas tente colocar um banner na homepage do Sapo ou do IOL ou do Clix e, especialmente se pensa que tem um blog com um CPM muito bom, pasme-se… Ou alguém tem um blog com um CPM de 60 euros+IVA?

Conclusão

Sim, eu pessoalmente penso que o problogging é muito mais trabalho duro que dinheiro fácil. É possível ganhar bem enquanto problogger, mas não deixará de ser uma profissão, e tão dura como qualquer outra, bem mais dura mesmo que a maioria.